Saúde

Reveja: 15 mil mortos; Paraná está de luto

O governador destacou que o Estado está enfrentando o pior momento e que o governo não mede esforços para atender os paranaenses com dignidade, com oferta de leitos e medidas restritivas para diminuir o contágio

Reveja: 15 mil mortos; Paraná está de luto

Curitiba – O governador Carlos Massa Ratinho Junior decretou nessa terça-feira (23) luto oficial de três dias em todo o território estadual em respeito aos mais de 15 mil paranaenses mortos pela covid-19. O novo boletim da Secretaria da Saúde apontou 15.166 óbitos em decorrência da doença desde o início da pandemia, há um ano. “Presto a minha solidariedade a todas as famílias que perderam entes e amigos queridos em consequência do coronavírus. Meus sentimentos a cada pessoa vítima desta tragédia pela qual estamos passando”, afirmou Ratinho Junior.

O governador destacou que o Estado está enfrentando o pior momento e que o governo não mede esforços para atender os paranaenses com dignidade, com oferta de leitos e medidas restritivas para diminuir o contágio. “Estamos passando pelo período mais grave da pandemia no Estado, com as novas variantes, e por isso é hora de nos resguardar. Precisamos agir coletivamente para impedir que o coronavírus continue circulando”.

Ratinho Junior agradeceu os profissionais de saúde e todos aqueles que trabalharam imensamente para conter os efeitos da pandemia: “Quero manifestar o imenso respeito que o Paraná tem com os seus profissionais de saúde e todos aqueles que estão enfrentando essa doença na linha de frente. Vocês são a nossa força!”

O secretário estadual de Saúde, Beto Preto, lembrou que pelo menos uma centena de municípios do Paraná nem tem 15 mil habitantes. “Estamos trabalhando de todas as maneiras possíveis para que os casos e os óbitos desacelerem. As saídas são a vacina e a colaboração de toda a população. Estamos passando por um período gravíssimo e estamos de luto por todas as vidas perdidas para esta doença terrível”.

A estimativa da Universidade Johns Hopkins é de que, até ontem, 2.726.513 pessoas morreram em decorrência da covid-19 em todo o mundo. São mais de 123 milhões de pessoas infectadas. No Brasil, 298.676 pessoas perderam a vida para a doença, segundo o Ministério da Saúde.

Pior dia da pandemia

O Brasil registrou nessa terça-feira 3.251 mortes em decorrência da covid-19. A média semanal de vítimas – que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana – bateu recorde pelo 25º dia consecutivo e ficou em 2.349. Esta é a primeira vez que o País supera a marca de 3 mil mortes por coronavírus confirmadas em 24 horas.

Com esse trágico recorde, o Brasil alcança 298.676 mortos em decorrência da covid-19, segundo dados oficiais do Ministério da Saúde. Ontem foram confirmados mais 82.493 infectados, totalizando 12.130.019 pessoas que já contraíram a doença desde fevereiro do ano passado. Dessas, 10.601.658 são consideradas recuperadas.

São Paulo foi responsável por quase um terço dos registros de mortes nessa terça, com 1.021 óbitos por covid-19 registrados em 24 horas, recorde desde o início da pandemia. O governo alegou que isso reflete um represamento de dados de domingo e segunda, quando foram registradas 144 e 44 mortes, respectivamente. Ao todo, 68.623 pessoas morreram de covid-19 no Estado.

Mas os números nacionais muito altos tiveram contribuição de outros Estados. A Região Sul do País informou 835 mortes no total, sendo 342 no Rio Grande do Sul, 311 no Paraná e 182 em Santa Catarina. Outros três Estados também superaram a barreira de 100 óbitos no dia: Ceará (178), Rio de Janeiro (151) e Bahia (133).

Estado bate recorde

O Paraná registrou novo recorde diário de mortes nessa terça-feira. A Secretaria de Estado da Saúde confirmou 311 óbitos em decorrência da infecção causada pelo novo coronavírus. O recorde anterior era de 16 de março, com 310 mortes informadas em 24 horas.

Também foram confirmados ontem mais 7.297 casos, totalizando 801.905 diagnósticos e 15.166 óbitos.

Os casos divulgados ontem são de março (6.949), fevereiro (193) e janeiro (12) de 2021 e o restante de 2020.

Já as mortes se referem a 144 mulheres e 167 homens, com idades que variam de 17 a 106 anos. Um óbito ocorreu em 21 de março de 2020 e só foi confirmado agora, oito em janeiro, oito em fevereiro e os demais de 1º a 23 de março de 2021.

O boletim informa 5.511 internados em alas exclusivas para tratar covid-19, maior número já registrado até agora, com 2.066 em UTIs. Apesar da abertura de novos leitos, a taxa de ocupação é de 97%, com 54 UTIs livres em todo o Paraná. A fila de espera ontem por leito de UTI era de 518 pessoas.

O Estado também alcançou ontem o maior número de casos ativos, com 215.497 infectados com capacidade de transmitir o vírus.

 

Casos e óbitos reduziram na última semana epidemiológica

 

Após altas seguidas desde o início do mês, a média móvel de casos e mortes pela covid-19 diminuiu na última semana no Paraná, em comparação com a anterior, mostram os dados da Secretaria de Estado da Saúde. Na 11ª semana epidemiológica, que se encerrou no sábado (20), o Estado registrou 27.166 casos, 16% a menos que na semana epidemiológica 10, quando 32.369 pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus. A redução no número de óbitos foi de 21,2%, passando 1.019 óbitos para 803 de uma semana para outra.

A décima semana epidemiológica, que compreende o período de 7 a 13 de março, foi a que registrou o recorde de mortes durante toda a pandemia no Estado. Ela refletiu o número de casos da semana anterior, quando 35.879 pessoas foram contaminadas, o pico de diagnósticos positivos neste ano.

A taxa de letalidade naquela semana também ficou maior que a média estadual. Cerca de 2% das pessoas diagnosticadas com a doença neste um ano de pandemia morreram. Na semana epidemiológica 10, porém, essa taxa ficou em 3,15%. Já na semana 11, o índice reduziu para 2,96%.

Para se ter ideia, em novembro do ano passado, quando houve uma remissão da pandemia no Estado, a taxa de letalidade chegou a 0,85%.

“Temos visto uma redução na taxa de contágio, provavelmente influenciada pelas medidas adotadas pelo Estado, mas a porcentagem de testes que tem dado positivo está alta, com cerca de 40% de diagnósticos positivos”, afirmou o secretário Beto Preto, reforçando que não é o momento de afrouxar os cuidados.

 

Incidência

Até segunda-feira (22), a taxa de incidência no Estado era de 6.899,53 por 100 mil habitantes, ou 6,9% da população paranaense. O coeficiente de mortalidade no Paraná era de 129 óbitos por 100 mil habitantes, abaixo da média nacional, de 138,9/100 mil.

Na Macrorregional Oeste, que congrega as Regionais de Saúde de Cascavel (10ª), Foz do Iguaçu (9ª), Francisco Beltrão (8ª), Pato Branco (7ª) e Toledo (20ª), 8,5% da população foi diagnosticada com covid-19, com um coeficiente de mortalidade de 135,1 mortos por 100 mil habitantes, maior que a média estadual, e a maior do Paraná.

Na Macroleste, o coeficiente de mortalidade é de 134,5 óbitos por 100 mil habitantes e o coeficiente de incidência de 6.584 casos por 100 mil habitantes. Na Norte, os coeficientes são de 6.416,4/100 mil e o de óbitos, 128,8/100 mil; e, na Noroeste, 6.603,6 casos por 100 mil habitantes e o coeficiente de mortalidade, de 106,4/100 mil, menor taxa do Paraná.