Cotidiano

RETROSPECTIVA 2017: Novos prefeitos, velhos desafios

Janeiro começa com mudança em boa parte das prefeituras do oeste do Paraná. Dos 50 municípios que formam a mesorregião oeste, apenas 11 foram reeleitos. Assumem em um que se previa difícil, mas que na prática foi ainda muito pior.

Um novo presidente (Dilma Rousseff havia sido cassada cinco meses antes), uma das piores crises econômicas da história do País e os caixas municipais apertados. Desafio era o que não faltava. A missão: fazer mais com muito menos.

Poucos dias depois, um baque: um estudo detalhado apresentado pelo Tribunal de Contas do Paraná sugere, como saída para a crise enfrentada pelas prefeituras, que os 1.301 municípios brasileiros com menos de 5 mil habitantes sejam extintos como forma de reduzir a máquina pública. Já encaminhada ao Tribunal de Contas da União, a proposta abrange 95 dos 399 municípios paranaenses, 11 deles pertencentes à região oeste.

Passado o susto, até agora nada foi feito a esse respeito.

População de Foz rechaça posse de vereadores presos

Na fronteira, dezenas de moradores de Foz do Iguaçu vão até a Câmara Municipal pedir à direção da Casa que não dê posse aos cinco vereadores reeleitos que estão presos desde dezembro. Darci Siqueira, Edílio Dall’Agnol, Luiz Queiroga, Anice Gazzaoui e Rudinei de Moura eram acusados de receber “mensalinho” durante a gestão do ex-prefeito Reni Pereira, apontado pela Polícia Federal como chefe de um esquema que desviou ao menos R$ 5 milhões em recursos públicos e chegou a cumprir prisão domiciliar por mais de cem dias.

Meses depois, todos foram cassados.

PR contraria tendência e aumenta exportações

Puxadas pelo agronegócio, as exportações do Paraná aumentaram 1,8% em 2016, atingindo um total de US$ 15,2 bilhões. O Estado seguiu na direção contrária do País, cujas vendas ao exterior caíram 3,09% no período, totalizando US$ 191,1 bilhões. Ao divulgar esses números, o presidente do Ipardes, Julio Suzuki, disse ontem que a perspectiva de uma boa safra de soja e de milho deve proporcionar um resultado ainda melhor em 2017.

Morre José Torres Sobrinho

Um acidente aéreo tira a vida do empresário e ex-presidente da Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel) José Torres Sobrinho. A tragédia, registrada na cidade de Tangará da Serra (MT), resultou ainda na morte da esposa de Torres, Solésia Stringari Torres.

Ambos estavam em um monomotor pilotado pelo empresário e que caiu a menos de 200 metros do aeroporto de Tangará. Também estavam na aeronave uma filha e um genro do casal, Gabriela Stringari Torres e Fábio Brandalize. Os dois sobreviveram, mas sofreram múltiplas fraturas.

Conforme informações da Rádio Pioneira, o monomotor se preparava para o pouso quando atingiu uma rede de alta tensão e caiu. A aeronave tinha decolado de Coxim (MS) às 9h e os ocupantes eram aguardados no aeroporto por um sócio de Torres.

Aeronave do Consamu

Prefeitura de Toledo e Consamu definiram o local de pouso e decolagem da aeronave do consórcio que transporta pacientes em estado grave. O heliponto será implantado nos fundos da UPA (Unidade de Pronto-Atendimento).

78 anos do Parque Nacional

O Parque Nacional do Iguaçu completou 78 anos de criação. Conhecida por suas belezas naturais, a unidade de conservação abriga as Cataratas do Iguaçu, que recebeu somente em 2016 mais de 1,5 milhão de turistas de 170 países.

ICMS extra distribui mais de R$ 60 milhões ao oeste

Cascavel recebe aporte de R$ 8,5 milhões para investir na melhoria das escolas municipais e unidades de saúde. O recurso é proveniente do pagamento de cota extra de ICMS aos 399 municípios paranaenses. O repasse total é de R$ 429,8 milhões e foi feito pelo governador Beto Richa em solenidade que levou ao Palácio Iguaçu prefeitos de todo o Estado. O montante se refere ao valor do imposto cujo pagamento foi postergado por empresas que investiram no Estado nos últimos anos.

Morte de Teori Zavascki; fatalidade?

Atuando em perfeita sintonia com a força-tarefa do Ministério Público Federal e com o juiz Sérgio Moro, o ministro Teori Zavascki vinha realizando um notável trabalho como relator da Lava Jato. Com sua morte, vítima da queda no mar do avião em que viajava de São Paulo para o Rio de Janeiro, a operação perderá um tempo precioso para manter a continuidade do trabalho que vem desvendando o maior escândalo de corrupção da história do Brasil. Até hoje a dúvida se a morte foi apenas um acidente ou um ato de terrorismo paira no ar.

Ministro anuncia R$ 59,5 milhões

O ministro Ricardo Barros anunciou em Cascavel, a liberação de mais R$ 59,5 milhões para a saúde pública da região. O dinheiro é oriundo de emendas parlamentares (R$ 32,4 milhões) e serviços hospitalares e ambulatoriais que funcionavam sem contrapartida federal (R$ 27,1 milhões) e será utilizado na implantação de novos leitos de UTI, serviços de urgência e emergência, aquisição de equipamentos e construção de Unidades Básicas de Saúde.

Medo da violência

Poucas vezes os cascavelenses sentiram tanto medo. Apesar dos esforços da segurança pública, a cidade enfrenta uma grande onda de violência. Com apenas três semanas, 2017 já contabiliza o mesmo número de latrocínios (roubos seguidos de morte) que o registrado em todo o ano de 2016. E no início da madrugada de ontem, um ônibus do transporte coletivo urbano foi destruído por um incêndio criminoso no bairro Santa Cruz.

Arrecadação tem pior resultado em 6 anos

A crise na economia brasileira e o aumento do desemprego atingem a arrecadação federal em 2016, que registrou recuo real pelo terceiro ano seguido. De acordo com números divulgados pela Receita Federal, a arrecadação com impostos e contribuições federais registrou queda real (após abatimento da inflação) de 2,97% em 2016, para R$ 1,28 trilhão. Foi o valor mais baixo para um ano fechado desde 2010, ou seja, em seis anos.

Homologada a delação da Odebrecht

Embora a investigação corra em segredo de Justiça, vira de domínio público que dezenas de políticos importantes, incluindo vários do Paraná, figuram na lista de beneficiários da propina paga pela Odebrecht. A delação premiada dos 77 executivos da empreiteira, homologada ontem pela presidente do STF Cármen Lúcia, é tida como capaz de fazer estragos tanto no Congresso Nacional quanto no Palácio do Planalto.