Cotidiano

Mutuns doados por Itaipu têm primeira ninhada na Argentina

Mutum dá os primeiros passos na natureza

Mutuns doados por Itaipu têm primeira ninhada na Argentina

Foz do Iguaçu – Cerca de um ano após a reintrodução de mutuns-de-penacho na província de Corrientes, na Argentina, o projeto acaba de atingir um importante marco, com o registro do nascimento dos primeiros filhotes. A espécie havia desaparecido de Corrientes há cerca de 50 anos e foi reintroduzida em uma unidade de conservação chamada Gran Parque Iberá, graças a uma parceria entre a Itaipu Binacional (que doou os animais) com a Fundação Rewilding Argentina, e com os governos da província e federal.

A novidade foi divulgada por meio de um vídeo publicado pela Rewilding Argentina em sua página no Instagram (/rewilding_argentina). A publicação destaca a importância da espécie para a conservação das florestas (como eles se alimentam de frutos, acabam contribuindo para a dispersão de sementes e são chamados de “regeneradores de bosques”).

“Esse é um projeto muito bem-sucedido. Um ciclo que começou com a reprodução em cativeiro e finaliza com a reprodução natural no ambiente em que foram reintroduzidos. Ali, aprenderam a procurar alimento, abrigo e a fugir de predadores, demonstrando uma excelente adaptação ao meio”, afirma o biólogo Marcos José de Oliveira, da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu.

O Gran Parque Iberá é um conjunto de paisagens úmidas, como pântanos, lagos, lamaçais e cursos d’água, constituindo a segunda maior área do gênero no mundo (a primeira é o Pantanal). A reintrodução dos mutuns nesse local, realizada em 28 de janeiro do ano passado, foi acompanhada por uma equipe da National Geographic.

Para a Itaipu, a reintrodução de espécies na natureza é um passo de grande importância nos esforços de conservação empreendidos pela empresa, que já vinha desenvolvendo há vários anos ações de reprodução em cativeiro de espécies ameaçadas, típicas da Mata Atlântica (bioma em que a usina está inserida).

No Refúgio Biológico Bela Vista, mantido pela binacional na margem brasileira, já foram registrados nascimentos bem sucedidos de onças-pintadas, antas, veados-bororó e harpias, entre outras espécies. Somente no projeto das harpias foram 53 nascimentos, fazendo desse o projeto de reprodução em cativeiro mais bem sucedido do mundo, em relação a essa espécie.

Foto: Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional