Curitiba – A Secretaria de Estado da Saúde divulgou ontem (13) mais 2.896 diagnósticos confirmados e 31 mortes em decorrência da infecção causada pelo novo coronavírus no Paraná. Os dados acumulados do monitoramento da covid-19 mostram que, no Paraná, 483.024 pessoas se infectaram desde o início da pandemia, das quais 8.842 não sobreviveram.
Os casos divulgados nessa quarta são de janeiro de 2021 (2.528) e dos seguintes meses de 2020: maio (1), junho (1), julho (1), agosto (2), setembro (3), outubro (6), novembro (61) e dezembro (293).
Os números indicam que o Paraná caminha para um novo pior momento da pandemia. Ontem, 2.701 pacientes estavam internados em leitos exclusivos para tratar covid-19, perto do recorde de dezembro, que chegou a 2.750.
E a situação vai piorar. Ontem, no Estado, havia 118.808 pessoas com o vírus ativo, ou seja, com capacidade de transmissão. Embora seja um pouco menor que o registrado no dia anterior (120.493), trata-se do pior cenário já visto desde o primeiro caso, em março. Quase 9,5 mil exames aguardam análise.
Esse agravamento tem relação direta com as festas de fim de ano e as viagens.
Em dezembro, após atingir números recordes, o Paraná registrou três semanas seguidas de queda de internamentos, resultado de medidas restritivas adotadas pelo Estado e municípios, como o toque de recolher e o combate a aglomerações. Entretanto, desde a semana passada, as internações voltaram a aumentar.
“Podemos ter um problema grave de carência de leitos, levando o paciente a esperar mais pelo internamento, o que aumenta o risco de morte. Não estamos isentos disso de forma alguma”, enfatiza o diretor de Gestão em Saúde da Secretaria de Saúde, o médico Vinícus Filipak. “Podemos ter aqui o cenário de outras unidades da Federação”, complementa Filipak, referindo-se a estados que já enfrentam falta de leitos para atendimento de pacientes com coronavírus.
De acordo com ele, o Estado praticamente não tem mais condições de abrir novos leitos. Hoje, o Paraná tem 2.959 vagas hospitalares exclusivas para covid-19, sendo 1.190 de UTI adulta, 1.743 de enfermaria adulta, 22 de UTI pediátrica e 34 de enfermaria pediátrica. Do total de leitos, cerca de 80% está ocupado.
“Não é por falta de recursos que não podemos abrir mais leitos. É por falta de equipes, de profissionais, principalmente de UTI. Por isso, o comportamento da população vai pesar muito nesse cenário nos próximos dias. Reforçamos: acreditem nas informações da Saúde Pública, não em fake news. Todos estão cansados de meses de pandemia, mas temos que continuar nos cuidando”, enfatiza o diretor de Gestão em Saúde da Sesa.
Risco
Filipak enfatiza que, mesmo que o Estado tivesse capacidade de abrir leitos infinitamente, uma parcela dos pacientes internados continuaria morrendo, o que só ressalta a importância das medidas preventivas, como uso de máscara, distanciamento social e higienização das mãos.
Segundo o médico, 10% das pessoas que contraem o coronavírus precisam ser internadas e aproximadamente 25% dos pacientes internados com covid-19 morrem. “Agora mesmo temos 2,7 mil pacientes internados. Desse total, 25%, ou seja, aproximadamente 675 pessoas têm grandes chances de não voltar mais para suas casas nos próximos dias”, ilustra Filipak.