Brasília – O ministro Extraordinário da Segurança, Raul Jungmann, deu posse ontem a Rogério Galloro como diretor-geral da Polícia Federal. Ao assumir, Galloro afirmou que a nova pasta será uma aliada no combate ao crime organizado e afirmou que a Operação Lava Jato “continua forte”. “As conquistas dos últimos anos são marcantes na PF e são indeléveis”, disse. “Não haveria sentido adotar postura diversa. A Lava Jato continua forte”.
Galloro classificou o ex-diretor-geral Leandro Daiello “como amigo desde o meu primeiro dia na Polícia Federal” e lembrou que esteve com ele durante o tempo que Daiello dirigiu a corporação. “Fiz parte de toda a gestão de Leandro Daiello, estive em momentos difíceis e em momentos de conquistas”, disse.
O novo diretor-geral afirmou ainda que “quem chega tem pouco a dizer, precisa apenas a ouvir e aprender” e que tentará trabalhar para que a corporação continue a fazer um bom trabalho. “O crime não é e não será mais forte que o Estado brasileiro, o crime não vencerá”, disse.
Galloro convidou para formar a cúpula da instituição delegados que são especialistas em combate ao crime organizado. A expectativa na corporação é de que, com o novo comando, a PF consiga ser protagonista na atuação contra as organizações criminosas ligadas ao narcotráfico e a desvios de dinheiro público dentro da nova formatação do Ministério Extraordinário da Segurança Pública, pasta à qual está subordinada a PF.
Sem políticos
Diferente da posse do ex-diretor-geral Fernando Segovia, em novembro passado, a cerimônia que deu o cargo máximo da PF a Galloro não contou com a presença de políticos. No caso de Segovia, inclusive o presidente Michel Temer, de forma inédita, compareceu ao evento. Ontem, no entanto, Temer preferiu uma agenda “mais popular” e foi a Sorocaba (SP) entregar ambulâncias.
“Lisonjeado” com a presença de um presidente na cerimônia de posse, em sua primeira entrevista coletiva, Segovia criou sua primeira polêmica à frente do cargo ao afirmar que “uma única mala talvez não desse toda a materialidade criminosa que a gente necessitaria para resolver se havia ou não crime”, em referência ao caso da mala de R$ 500 mil que a JBS pagou para o ex-assessor especial de Temer Rodrigo Rocha Loures.
E foi justamente por “falar demais” que Segovia teve a cabeça cortada do cargo.