Uma investigação desencadeada há quatro meses pela Polícia Federal de Cascavel resultou na “derrubada” de parte da base do PCC (Primeiro Comando da Capital), associação criminosa que atua, fundamentalmente, em São Paulo.
Foram 19 prisões decretadas, destas 13 foram cumpridas, além de 26 mandados de busca e apreensão e três flagrantes por tráfico de drogas e uso de documento falso. Drogas e munições foram recolhidas.
A Operação Dictum – limpeza em latim – foi deflagrada na manhã de hoje com o objetivo de evitar o enraizamento e o domínio do PCC em parte da cidade, mais precisamente no Bairro São Cristóvão. “A associação criminosa tentava o controle territorial por meio de bocas de fumo, locais que também serviam de refúgio para os criminosos, que praticavam outros delitos, como furtos e roubos principalmente a bancos”, explica Marco Smith, delegado-chefe da PF (Polícia Federal) em Cascavel. “Manter uma base na fronteira é um ponto estratégico da associação criminosa. Cascavel é uma cidade onde há batalhão do Exército, região de fronteira, e prova de que havia intenção desse domínio foram placas, que encontramos pichadas com os números referentes às letras da sigla da facção, com intenção, inclusive, de colocar bandeiras do PCC em alguns pontos”, acrescenta Smith.
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Delegado da PF de Cascavel, Marco Smit esclarece detalhes da Operaçaõ Dictum
OPERAÇÃO DICTUM: PF de Cascavel cumpre mandados de prisão por tráfico em 6 cidades da região
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Bocas de fumo
Nas bocas de fumo, os integrantes da base do PCC vendiam maconha e cocaína. Eram seis bocas de fumo, e cada uma movimentava dois mil reais por dia: R$ 12 mil ao todo. Rifas eram vendidas para arrecadar dinheiro e alimentar a facção criminosa. “Toda facção é uma pirâmide, e tem de ser larga. Essas pessoas presas eram da base e tinham a obrigação de financiar o comando”, comenta o delegado.
Mandados
Dos treze mandados cumpridos ainda pela manhã, nove foram no Bairro São Cristóvão, em Cascavel. Um na PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel), um na Penitenciária de Londrina e um na cadeia de Toledo. O preso de Londrina é que comandava o crime e já foi solicitada a transferência deste. “Mais importante que as drogas, as munições, e até às prisões, são os documentos que nós recolhemos e toda a inteligência. Comprovantes de pagamentos da contribuição mensal da base ao PCC, pagamento da contribuição mensal da rifa, dentre outros”.
