Cotidiano

Caos no HR chega ao TCE e ao MP

Toledo – Em meio a uma grave crise de leitos na região oeste do Paraná, Toledo corre contra o tempo e tem pela frente grandes desafios para abrir o Hospital Regional. Serviços inacabados, distorções nos servidos prestados, materiais não entregues e a sensação de que o planejamento e a execução não conseguiram se entender durante a construção do complexo que soma R$ 1.632.642,91 apenas em irregularidades já detectadas.

O resultado de uma auditoria realizada por servidores de carreira foi apresentado ontem durante uma coletiva à imprensa.

Dentre os números apresentados está o investimento de R$ 1.103.130,78 que corresponde às instalações elétricas, sendo que R$ 484.900,94 foram pagos e as obras não executadas. Outra quantia que chama a atenção foi paga por serviços entregues em desconformidade: R$ 279.001,91.

Central de gás inacabada, ausência de postes, portas fora das medidas padrão, visor com dimensão inferior ao projeto, depósito de resíduos sem acabamentos, ausência de cobertura em parte do HR e muitos outros problemas graves foram identificados pela auditoria, deixando a nítida sensação de que o projeto foi ignorado e não fiscalizado durante um longo espaço de tempo.

Durante a apresentação dos resultados da auditoria, o secretário de Saúde de Toledo, Thiago Darós Stefanello, afirmou que a obra possui desencontros graves que vão exigir que muitos investimentos sejam refeitos. “Temos que elucidar essa situação para justificar para a população os investimentos que terão que se fazer para que a obra seja finalmente inaugurada”, conta.

Thiago também lembrou que a Prefeitura de Toledo trabalha para que pelo menos parte do complexo seja inaugurada nos próximos meses, mas que o cenário desfavorável vai exigir esforço e investimento ainda maior. “Não podemos esquecer que o foco maior é deixar tudo pronto para que a Ebserh [Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares] assuma em janeiro e possa fazer com que o Regional cumpra finalmente seu papel para a região oeste”, reforça.

Encaminhamentos

A auditoria foi encaminhada para o Tribunal de Contas da União, para o Tribunal de Contas do Estado e para os Ministérios Públicos do Patrimônio e da Saúde para a responsabilização dos envolvidos. A construtora foi notificada a apresentar suas considerações e se posicionar quanto à execução dos serviços já pagos. Uma sindicância foi instaurada para apurar as responsabilidades do engenheiro fiscal da obra, que resultou em um inquérito administrativo em andamento.