Tupãssi – Uma investigação que durou mais de um ano identificou uma organização criminosa que estava estabelecida em Tupãssi. A cidade de cerca de 8 mil habitantes, no oeste do Paraná, era usada pela quadrilha para a lavagem do dinheiro fruto do tráfico de cocaína em São Paulo.
Segundo apurado pelo Gaeco (Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado), os líderes da organização são integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Um deles era considerado um dos traficantes mais procurados de São Paulo e foi preso em março deste ano, em São Paulo, graças à investigação local.
Na sexta-feira, após um longo período de trabalho, foi deflagrada a Operação Eclipse, envolvendo diversas unidades do Ministério Público e da Polícia Militar. A ação foi desenvolvida no Paraná e em São Paulo. Foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão preventiva, como alvo a organização criminosa de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Cinco dos sete mandados de prisão foram cumpridos em Tupãssi e em Toledo, ambas no oeste do Paraná, e nas cidades paulistas de São Paulo e Santo André.
Como funcionava
Conforme o Gaeco, a esposa do líder preso em São Paulo morava em Tupãssi e, com a colaboração de outros membros da quadrilha, passou a comprar propriedades rurais, máquinas agrícolas e insumos de soja e milho, para “esquentar” o dinheiro oriundo do tráfico.
O patrimônio identificado e bloqueado passa de R$ 13 milhões: seis propriedades rurais, 16 imóveis urbanos, dez automóveis, oito maquinários agrícolas e oito caminhões.
Contas bancárias foram bloqueadas, veículos foram apreendidos e imóveis sequestrados, além de documentos e objetos apreendidos.
Na ocasião da prisão de um dos líderes da quadrilha, em março, foram recolhidos 90 quilos de pasta-base de cocaína, 60 quilos de cocaína refinada, quatro armas de fogo de calibre restrito e 200 munições, em um local que servia de laboratório para refinamento da droga.
Os presos responderão pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro. Em São Paulo, alguns dos investigados também responderão por tráfico de substâncias entorpecentes, associação para o tráfico e posse de armas de uso restrito.