Elimare Aparecida Santos da Paixão, 51 anos, trabalha há 10 anos no Hospital Regional do Litoral e atua na linha de frente de combate ao coronavírus. Ela contraiu a doença, ficou oito dias internada e está curada.
A instituição é referência no tratamento da doença no Litoral, que atende sete municípios. O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, ressaltou a importância do trabalho dos profissionais que estão atuando nas unidades hospitalares do Paraná, que renunciam até mesmo o convívio com familiares para atender a população.
“Mesmo tomando todos os cuidados e seguindo minuciosamente os protocolos de segurança dentro do hospital, esses trabalhadores acabam sendo os mais expostos ao vírus. Mas estão trabalhando incansavelmente com um único propósito, que é salvar vidas”, afirmou.
DIAGNÓSTICO – A técnica de enfermagem conta que os sintomas começaram fracos e que imaginou que fosse um resfriado. No entanto, logo a febre apareceu e então a primeira consulta com os colegas de trabalho foi realizada. A tomografia apresentou os primeiros sinais de que poderia ser a Covid-19, confirmado pelo exame RT-PCR.
“O atendimento foi rápido e eficaz, isso é o que conta neste primeiro momento. Independente de ser funcionária do HRL, o cuidado e a responsabilidade da equipe médica foram os mesmo dos aplicados aos demais pacientes. Agradeço aos meus colegas do hospital, minha passagem por lá como paciente serviu para refletir e agradecer”, disse Elimare.
LINHA DE FRENTE – Para o melhor enfrentamento neste momento de crise, a equipe de educação permanente, em conjunto com o serviço de psicologia da unidade, montou uma rede de apoio emocional para os profissionais que estão diretamente ligados ao atendimento da doença e também aos profissionais do Pronto Socorro.
“Temos reuniões semanais com psicólogos, onde os profissionais podem participar presencialmente. Também foi disponibilizado o atendimento individualizado pelo WhatsApp, para amenizar e dar suporte mental aos colaboradores que estão na linha de frente”, contou a diretora de Enfermagem do HRL, Thaissa Duque Figueira.
INVESTIMENTOS – O HRL, que antes da pandemia possuía 14 leitos de Unidade de terapia Intensiva (UTI), conta atualmente com 34 leitos de UTI. Destes, 20 são exclusivos para atendimento da Covid-19, além de outros cinco leitos de cuidados intermediários, todos com equipes multiprofissionais e especializadas.
A estrutura do hospital também faz parte da política de enfrentamento adotada pelo Governo do Estado de ampliar as estruturas próprias, especialmente pela referência na região do Litoral.
A unidade tem gestão da Fundação Estatal de Atenção em Saúde do Estado do Paraná (Funeas) e atende os municípios da 1ª Regional de Saúde do Litoral, com uma população flutuante de 450 a 700 mil habitantes.
Segundo o presidente da Funeas, Marcello Augusto Machado, o investimento para o HRL, além da ampliação e manutenção dos leitos exclusivos para pacientes com coronavírus por parte da Secretaria de Estado da Saúde, ainda contemplou equipamentos de proteção individual (EPI) para os profissionais, além de outros parceiros.
“Recebemos vários investimentos em equipamentos específicos de empresários que atuam no Porto de Paranaguá, que foram utilizados para adequação e adaptação do espaço físico para a implantação dos leitos e equipamentos. O Estado participou desta reestruturação com a disponibilização de profissionais e insumos médicos e outros investimentos robustos”.
NO ESTADO – O Governo do Estado expandiu leitos exclusivos para atendimento à Covid-19 em todo o Paraná. No início da implantação dos leitos, em 26 de março, o Paraná contava com 264 leitos, sendo 52 de UTI Adulto e 212 de enfermaria. Agora, em quatro meses, o Estado soma 2.725 leitos, sendo 1.049 de UTI Adulto, 49 de UTI pediátrica e 1.627 de enfermaria, um aumento de 932%.
RECUPERADOS – Dados oficiais do boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde mostram que atualmente no Paraná, dos 70.155 casos confirmados de coronavírus, 36.660 já estão recuperados.