Saúde

NÃO ENTRE! Conselho Federal de Medicina alerta para riscos das cabines de desinfecção

Além de não ter eficácia comprovada, estruturas podem causar lesões nas pessoas

NÃO ENTRE! Conselho Federal de Medicina alerta para riscos das cabines de desinfecção

Uma das “novidades” que a pandemia do novo coronavírus trouxe foram cabines de desinfecção (ou sanitização) instaladas em vias e espaços públicos. Cascavel mesmo instalou a estrutura bem no Centro, no meio da Avenida Brasil. Após alerta da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), agora é o CFM (Conselho Federal de Medicina) quem alerta para os perigos que essas estruturas oferecem.

Veja o que diz o Conselho:

“Diante de notícias veiculadas sobre o uso de estruturas (câmaras, cápsulas, cabines e túneis) para a desinfecção de pessoas com o suposto objetivo de prevenir infecções pela COVID-19, o Conselho Federal de Medicina (CFM) alerta que:

1. Até o momento, não há nenhuma evidência científica que comprove a eficácia do uso desse tipo mecanismo ou de processos de desinfecção ou de higienização em vias públicas para eliminar microrganismos que eventualmente possam estar depositados em vestimentas;

2. Não existe qualquer produto aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) destinado à “desinfecção de pessoas”, conforme destaca a Nota Técnica nº 51/2020, daquela autarquia;

3. De forma geral, os produtos químicos supostamente utilizados nessas estruturas são eficazes para desinfecção exclusiva de objetos e superfícies, sendo que a nebulização ou aspersão de produtos classificados como saneantes no corpo humano têm potencial para causar lesões dérmicas, respiratórias, oculares e alérgicas;

4. Além disso, a adoção desse tipo de mecanismo não tem eficácia comprovada de prevenção e pode causar danos à saúde de quem se submete à desinfecção com saneantes aplicados diretamente sobre a pele e as vestimentas;

5. De forma equivocada, o uso dessas estruturas pode dar aos cidadãos a falsa sensação de segurança, levando-os a negligenciar práticas de prevenção convencionais, como a lavagem frequente das mãos com água e sabão (ou álcool gel), a desinfecção de superfícies, e o uso de máscaras.

Assim, para proteger a saúde dos brasileiros e garantir a manutenção de medidas simples de prevenção – já incorporadas à rotina –, o CFM recomenda à população não se expor a tais dispositivos. Da mesma forma, desencoraja empresários e autoridades públicas a investirem na compra de equipamentos ou serviços desse tipo, pois, como citado, não apresentam segurança e eficácia comprovadas cientificamente.

Brasília, 22 de maio de 2020.”