A Universidade conta com equipamentos e pessoal capacitado para produzir, aproximadamente, 100 litros de álcool glicerinado por dia. Além disso, a Unila já recebeu uma doação de embalagens da empresa Innova Agrotecnologia para armazenar os primeiros lotes do desinfetante. De acordo com o vice-reitor da Unila, Luis Evelio Garcia Acevedo, na próxima semana será publicada uma Chamada Pública que vai regulamentar a doação de insumos de pessoas físicas e jurídicas para a produção de álcool glicerinado 80% e para outros projetos da Universidade que têm o objetivo de combater o Coronavírus. Com isso, será possível aumentar a produção para atender a toda a demanda da Secretaria Municipal de Saúde, estimada em 3 mil litros de álcool desinfetante nos próximos 60 dias.
“Com essa ação, a Unila espera conseguir insumos suficientes para contribuir institucionalmente com a saúde pública de Foz do Iguaçu. O álcool, por exemplo, é fundamental para enfrentar esta pandemia, principalmente para os profissionais de saúde que estão na linha da frente e para os quais poderá faltar produtos de desinfecção, em breve. O álcool em gel sumiu do mercado e não é possível produzi-lo, neste momento, pela falta de um reagente chamado carbopol. O álcool glicerinado fabricado pela Unila uma formulação da Organização Mundial da Saúde, que substitui a fórmula em gel para fazer a antissepsia das mãos”, explicou Acevedo.
A produção do álcool glicerinado 80% é realizada no Laboratório Multiusuário de Química da Universidade. Todo o processo está sendo acompanhado e foi autorizado pela Vigilância Sanitária, seguindo as últimas portarias da Anvisa, que liberou a produção de álcool nas instituições de ensino superior, exclusivamente para doação ao SUS.
A fórmula já vem sendo produzida, no Paraná, por pesquisadores da UFPR de Palotina, que estão dando apoio técnico aos pesquisadores da Unila. “Esse álcool tem função antisséptica e desinfetante, assim como o álcool em gel. A principal diferença está em sua consistência que é líquida. Além disso, o processo de produção conta com controle de qualidade e eficácia do produto, assegurando as propriedades determinadas pela Anvisa e descritas na Farmacopeia Brasileira”, esclarece Ana Carolina Gomes Martins, integrante do Laboratório de Neurofarmacologia Clínica da Unila e farmacêutica responsável pela produção. O grupo de trabalho para a produção de álcool glicerinado da Unila conta com cerca de 20 integrantes da comunidade acadêmica – docentes, alunos e técnico-administrativos –, responsáveis pela organização dos trabalhos, produção, análises laboratoriais e também pela logística do projeto.
O processo de fabricação é bastante manual. “Nós fazemos a agitação manual dos reagentes e usamos recipientes de plástico de 20 litros. Depois, o álcool é envasado e, após 72 horas, aferimos o PH da solução final e o teor alcoólico por meio de equipamentos”, conta a professora Caroline da Costa Silva Gonçalves, docente do curso de Química e do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Energia e Sustentabilidade da Unila. O álcool glicerinado segue os procedimentos técnicos de produção especificados pela Anvisa. As pesquisadoras que manuseiam os reagentes fazem uso de EPIs que foram fornecidos pelo Departamento de Promoção e Vigilância à Saúde (DPVS).
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