Você já deve ter ouvido que a pele denuncia a maioria das alterações do organismo, não é? Isso inclui os problemas relacionados à nossa saúde mental. “O excesso de tensão provoca alterações hormonais diversas no corpo e libera algumas substâncias na corrente sanguínea. Isso causa queda na imunidade e torna o corpo mais vulnerável a infecções e outros problemas”, explica Paola Pomerantzeff, dermatologista e membro da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).
Conheça a seguir sete problemas comuns que o estresse e a ansiedade podem desencadear:
Acne: Cravos e espinhas podem surgir como resultado do excesso de tensão. “O estresse leva à produção de cortisol (hormônio ligado ao sistema emocional), estimulando os hormônios androgênios e acionando as glândulas sebáceas, que liberam óleos na pele entupindo os poros e causando espinhas e cravos. Além disso, esse excesso de queratina na pele alimenta as bactérias e, como o estresse diminui a nossa imunidade (e as bactérias do bem que habitam a pele), acaba ocorrendo uma proliferação maior das bactérias relacionadas com a acne”, explica a médica. Para tratar o quadro, o médico deve investigar a parte hormonal, os hábitos de vida, a alimentação e as situações de estresse.
Alergias: Urticária, psoríase, dermatite seborreica, herpes… Todos esses problemas podem ser desencadeados pelo estresse emocional. “A urticária nervosa pode trazer sintomas como coceira intensa em todo o corpo. Esses sintomas acontecem em pessoas que já possuem predisposição para a urticária, e o estresse emocional acaba por exacerbar a situação”, diz a médica. A psoríase é uma doença de base genética, também agravada pelo estresse. A dermatite seborreica são lesões descamativas que podem atingir o couro cabeludo e o rosto, principalmente na zona T (região que compreende a testa, o nariz e o queixo). Elas aparecem na forma de vermelhidão com ou sem coceira. No couro é a popular caspa. Por fim, a herpes: “É uma infecção causada por um vírus presente em cerca de 90% da população, mas é ativado apenas em algumas pessoas, principalmente em situações de estresse”.
Pele mais frágil: Nos casos mais alarmantes de estresse a pele pode ficar mais fina e frágil. Isso por que o cortisol resulta na quebra das proteínas dérmicas, o que pode fazer com que a pele fique extremamente vulnerável, a ponto de machucar facilmente.
Prejuízo da cicatrização: O estresse e a ansiedade podem tornar mais difícil a cicatrização de ferimentos, já que mudanças no nível de cortisol influenciam na rapidez com que as feridas cicatrizam. Os tratamentos estéticos também podem ser prejudicados, pois a pele pode ter uma dificuldade de se regenerar.
Olheiras: Caracterizadas pela formação de bolsas ou manchas escuras abaixo dos olhos, as olheiras possuem origem genética, mas podem também ter causas extrínsecas, como o estresse. “O estresse e a ansiedade provocam a produção de cortisol, hormônio que compromete o sistema imunológico e inflama as células, além de prejudicar a produção de colágeno e diminuir a hidratação. Também é muito comum que pessoas com tais problemas emocionais sofram de insônia, que têm relação com a piora das olheiras”.
Linhas finas e rugas: “O estresse e a ansiedade prejudicam as células da pele e seu processo de renovação, já que encurtam os telômeros (capas protetoras dos cromossomos que têm como função preservar o DNA). A consequência disso é a aceleração do envelhecimento”.
Problemas no couro cabeludo e queda de cabelo: Muitas vezes confundida com a calvície ou atribuída à falta de cuidado com os cabelos, a perda dos fios e a saúde do couro cabeludo também podem estar ligadas a problemas emocionais. A médica explica como se dá essa relação: “A constante liberação de hormônios afeta o organismo, que não consegue mais controlar o nível de substâncias químicas no sangue. Dessa forma, os hormônios alteram os folículos capilares e estes entram na fase telógena, que corresponde à fase da queda.” A queda pode acontecer até três meses após um evento estressante. Outra consequência do estresse nos cabelos é o aparecimento dos fios brancos.
Tratamento
De acordo com a dermatologista Paola Pomerantzeff, os problemas induzidos pelo estresse excessivo só serão, de fato, combatidos, se a causa inicial for controlada: o estresse. “Pratique uma alimentação saudável e balanceada, aumente a ingestão de líquidos e a prática de exercícios físicos, com o intuito de trazer relaxamento e bem-estar, além de melhorar o sono. Em todo caso o acompanhamento profissional é indispensável, tanto com um profissional que cuide da saúde mental quanto com o que trata as ocorrências dermatológicas”.
Fonte: http://www.drapaola.me/