Não há mais espaço em sala de aula para o professor que alega saber de tudo: a nova BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e uma geração de estudantes acostumada a colocar a mão na massa vão transformar o ambiente das salas de aula. Esses foram alguns dos debates realizados no 5º Seminário Internacional de Práticas Pedagógicas Inovadoras, que ocorreu no Colégio Positivo – Jardim Ambiental em Curitiba, no último sábado (19). Ao todo, o evento contou com a participação de 250 professores de forma presencial e 900 acompanharam online.
“Hoje não é mais possível que uma escola deixe de pensar em qual a forma mais eficiente para seus alunos aprenderem e lançar mão de todas as possibilidades. Por muitos anos houve uma postura equivocada de muitos professores. Eles diziam: ‘eu ensinei, mas os alunos não aprenderam’. Com todas as tecnologias, os materiais e as possibilidades do mundo atual, é preciso ter um compromisso com a formação integral do aluno”, diz Joseph Razouk Junior, diretor Editorial da Editora Positivo.
A afirmação acompanha o entendimento trazido pela BNCC. Em seu texto, os professores precisarão abordar conhecimentos e abordagens para formar seres humanos mais equilibrados em todas as dimensões: intelectual, física, emocional, social e cultural. “E mais, que garanta aos estudantes serem protagonistas de seu próprio processo de escolarização, reconhecendo-os como interlocutores legítimos sobre currículo, ensino e aprendizagem”, diz o documento.
Na avaliação de Razouk, os professores devem ir além dos aspectos técnicos do ensino, sendo empáticos aos estudantes. “Um aluno precisa ver sentido e significado no que ele está aprendendo. Quando ele consegue fazer vínculos com experiências anteriores, o que passa por questões emocionais, simplifica as conexões entre a vida real e o conteúdo: aprendizagem com significado”, diz Razouk.
Geração maker e aspectos socioemocionais
O desafio está em criar essas relações entre os conhecimentos que devem ser ensinados em uma sala com alunos diversos, o que pode ser facilitado com o uso adequado da tecnologia. “É justamente a diversidade de experiências que gera conhecimento e o que pode fazer com que o aluno seja protagonista, especialmente para os estudantes da geração maker”, avalia Joseph Razouk Junior, diretor Editorial da Editora Positivo. “O papel da escola é ajudar as pessoas a se desenvolverem, incrementando suas potencialidades e melhorando suas limitações, inclusive nos trabalhos socioemocionais”.
O relacionamento entre vida real e conhecimento é um dos pedidos da BNCC. Para o Ensino Médio, por exemplo, o documento define a “construção do projeto de vida” para os estudantes, que consiste em o que “os estudantes almejam, projetam e redefinem para si ao longo de sua trajetória, uma construção que acompanha o desenvolvimento da(s) identidade(s), em contextos atravessados por uma cultura e por demandas sociais que se articulam, ora para promover, ora para constranger seus desejos”, diz o documento.