Curitiba – Quase uma morte por dia foi registrada no Paraná no primeiro semestre deste ano durante atividade policial. O dado foi divulgado ontem pelo Gaeco (Grupo de Ação Especial de Combate ao Crime Organizado), que tem como uma das funções o controle externo da atividade policial.
No primeiro semestre de 2018 foram 179 mortes em confrontos: 171 em enfrentamento com policiais militares, cinco com policiais civis e três envolvendo guardas municipais.
O número aumentou em 24,3% em relação ao primeiro semestre de 2017, quando 144 pessoas morreram, e 36,6% em relação ao segundo semestre do ano passado, quando foram 131 mortes em confrontos.
As mortes de 2018 decorreram de 132 situações de confrontos. Quinze delas envolveram policiais em período de folga.
Foram 26 mortes em janeiro, 32 em fevereiro, 37 em março, 27 em abril, 21 em maio e 28 em junho. Curitiba é a cidade com mais casos: 43 nos seis meses.
Desde 2015, foram mortas 965 pessoas em confrontos com as Polícias Militar e Polícia Civil e Guarda Municipal.
Casos comunicados
Em nota, a Polícia Militar do Paraná ressaltou que todos os casos de confrontos que envolvem mortes se caracterizam por situações de uso legítimo da força em resposta a atos criminosos que coloquem a população em risco. Os casos são comunicados ao Ministério Público, que acompanha os processos que visam esclarecer os fatos.
Segundo a polícia, a maioria dos confrontos resulta em pessoas ilesas ou apenas com lesões corporais, não necessariamente com resultado de morte.
A PM reforça que quanto mais eficiente for a Polícia Militar nas intervenções em ocorrências de violências, mais confrontos serão registrados e justifica que a maior quantidade de casos em Curitiba decorre porque, na capital do Estado, há maior concentração demográfica.
A Polícia Civil do Paraná disse que não vai se manifestar a respeito dos dados divulgados.