Saúde

O que fazer para manter o cérebro ativo na 3ª idade?

Com benefícios físicos, psicológicos e na vida social, a prática pode ser incorporada no dia a dia do idoso de forma simples

O que fazer para manter o cérebro ativo na 3ª idade?

Atividade física traz benefícios para pessoas de todas as idades, mas pode ser o diferencial para maior qualidade de vida na terceira idade. Com benefícios físicos, psicológicos e na vida social, a prática pode ser incorporada no dia a dia do idoso de forma simples, sem necessidade de frequentar academias ou clubes esportivos.

“A atividade física impacta diretamente na saúde de todas as pessoas, independente da idade, e, à medida que a pessoa envelhece, ela passa a ter ainda maior importância, porque melhora muito vários setores do organismo”, afirma José Mário Tupiná, professor de Geriatria da Escola de Medicina da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná).

Segundo ele, a prática melhora os aparelhos cardiovascular e respiratório, a musculatura e o esqueleto, além da coordenação motora e força muscular. A atividade física regular também diminui riscos comuns na terceira idade, como quedas e acidente vascular cerebral, e também auxilia a controlar a pressão arterial e a diabete.

“Os benefícios mais conhecidos são físicos, como redução do risco de ganho de peso, de doenças crônicas, câncer, doenças cardiovasculares e outras doenças”, completa Tupiná.

Mas há outros benefícios quando os idosos começam a realizar atividades físicas em espaços públicos: sociais e de interação, conhecendo pessoas e criando amizades, reduzindo a chance de depressão e o nível de ansiedade.

“Temos uma série de evidências de que a prática de exercícios físicos está relacionada com a capacidade cognitiva”, diz o professor do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia em Saúde da PUCPR, Adriano Akira Ferreira Hino.

Ele aponta ainda que a atividade física está associada a menor risco de doenças de Parkinson e Alzheimer, principalmente em idades mais avançadas, e também tem sido associada à melhor qualidade de sono.

Isso acontece porque a atividade física atua sobre o sistema nervoso central, aumentando a plasticidade, isso é, a capacidade do cérebro reagir aos desafios diários intelectuais. “A atividade física por si só melhora também o metabolismo cerebral, a atividade cerebral e consequentemente a memória em geral”, explica Tupiná.

Rotina ativa

Para incorporar a atividade física na rotina, não é necessário ir muito longe: pode ser em casa, na rua, no bairro. O professor Adriano Akira Ferreira Hino desenvolve pesquisa na área de cidades e envelhecimento saudável, analisando os espaços urbanos como facilitadores da prática do exercício físico por idosos.

“Quando o idoso sai de casa caminhando para ir até um mercado, posto de saúde ou na casa do vizinho, isso é uma atividade física. Lidar com plantas, limpar a casa, também são opções, por mais que muitas pessoas não considerem atividades prazerosas”, diz.

Para quem prefere ter o acompanhamento de um profissional, também é possível fazer atividades físicas nas unidades básicas de saúde ou nos centros de esporte e lazer. “O mais importante, porém, é realizá-la onde se sentir bem”, conclui Hino.

O advogado Sylvano Alves da Rocha Loures Neto, de 65 anos de idade, é exemplo de corpo e mente ativos. Esse ano decidiu participar da sua primeira corrida, a PUC Night Run.

O egresso da universidade da turma de 1978 largará com a inscrição número 001 e afirma que, para manter a saúde, além da atividade física, é essencial ter amigos. “Aqui, na PUCPR, faço treinos e encontro meus conhecidos, não me preocupo com o tempo ou velocidade. Corro com alegria”.