Brasília – Os trabalhadores dos Correios anunciaram que entrarão em greve a partir da noite desta quarta-feira (31). Segundo a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares), a categoria realizou na manhã dessa terça-feira a última reunião prevista no calendário de negociação com os Correios, em Brasília. A reunião, porém, terminou sem avanços entre a empresa e os funcionários.
De acordo com Fischer Moreira, secretário de imprensa da Fentect, a categoria protesta contra o baixo “reajuste salarial e contra a retirada de direitos históricos da categoria”, como a exclusão de pais como dependentes no plano de saúde dos funcionários. A exclusão será discutida hoje com a presença de mediadores do TST (Tribunal Superior do Trabalho). Outro ponto de alteração nos convênios será o aumento na coparticipação, que hoje está por volta de 30%.
A greve foi anunciada ao presidente dos Correios, Floriano Peixoto, ainda na segunda-feira (29). Apesar do indicativo de paralisação, os trabalhadores não descartam novas negociações: “Ainda que tenha uma data marcada para greve, o comando continua a disposição de negociar. Entendemos o momento da empresa, mas é necessário também ver o lado do trabalhador”, afirma Moreira.
Privatização
Os Correios estão em meio a uma possibilidade de privatização, defendida pelo presidente Jair Bolsonaro.
Os Correios informaram que “continuam em negociação com representações dos empregados”, com mediação do TST, e que “não é oportuno tratar de greve neste momento”.
Confira algumas das alterações propostas pela empresa:
Exclusão do Vale Cultura;
Redução do adicional de férias de 70% para 33%;
Redução do adicional noturno de 60% para 20%;
Redução de 4 tickets fornecidos mensalmente;
Exclusão do Vale Extra (Ticket Peru);
Exclusão do Vale-Refeição nas Férias (pagando apenas o Vale-Cesta);
Exclusão do ticket nos afastamentos;
Redução de 200% para 100% no trabalho em dia de repouso;
Aumentar o compartilhamento dos tickets, passando de 0,5% para 5, 10 e 15%, conforme NM e NS;
Aumentar 50% a mensalidade do Postal Saúde;
Aumentar a coparticipação (de 30% para 40%) nos procedimentos médicos;
Alterar a cláusula de responsabilidade civil em acidentes de trânsito, acabando com a comissão paritária;
Índice de reajuste de 0,8% do INPC.