Nos últimos dias o transplante de órgãos passou a ser um dos mais comentados nas redes sociais e nos veículos de comunicação nacional. Por isso, também, a Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, aCIHDOTT, do Huop (Hospital Universitário do Oeste do Paraná), explica quais os critérios para doação de órgãos no Brasil já que em todo país existem cerca de 65 mil pessoas na fila de espera para um transplante, sendo que deste total, 386 aguardam por um transplante de coração.
De acordo com Gelena Versa, coordenadora do CIHDOTT, todo paciente que está cadastrado para ser receptor de qualquer órgão no Brasil, deve passar por uma série de exames, além do tipo sanguíneo. É analisada a estrutura do doador e receptor, massa corpórea, idade, circunferência da caixa torácica, tudo isso para que o órgão implantado se adapte e trabalhe de forma correta para que o paciente tenha uma vida normal após o período de adaptação e recuperação.
O Brasil possui o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, que é garantido a toda a população por meio do SUS (Sistema Único de Saúde) responsável pelo financiamento de cerca de 88% dos transplantes em todo o território nacional. Apesar do grande volume de procedimentos de transplantes realizados, a quantidade de pessoas em lista de espera para receber um órgão ainda é grande.
O SNT (Sistema Nacional de Transplantes) é monitorado por meio da Coordenação-Geral do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, sendo responsável pela regulamentação, controle e monitoramento do processo de doação e transplantes realizados no país. Com a doação de uma pessoa, até oito vidas podem ser salvas com os transplantes de rins, pulmões, coração, fígado, córneas, válvulas cardíacas.
Mais de 70%
O Huop obteve um número expressivo de captação de órgãos durante o ano passado. No total foram notificadas 77 Mortes Encefálicas e desse número, 31 captações de órgãos foram realizadas, com apenas 14 recusas para a doação de órgãos. Após a comprovação da morte encefálica e a autorização da captação de órgãos pelos familiares; são notificados os pacientes que estão na fila de transplante e que são compatíveis com o possível doador.
Depois de todo esse processo é realizada a comunicação entre a equipe responsável pela captação do órgão e a CIHDOTT do HUOP, sendo de responsabilidade dessas equipes a coleta do órgão a ser doado.
As pessoas que perdem um ente querido recebem todo o suporte psicoemocional dos profissionais do Huop e em 2023, o foco é proporcionar cada vez mais ajuda e a captação de potenciais doadores de órgãos, se você tem vontade de fazer o bem, informe sua família e as pessoas mais próximas.
foto: Unioeste/Divulgação
Como ser um doador
Para ser um doador, basta conversar com sua família sobre o seu desejo. No Brasil, a doação de órgãos só será feita após a autorização familiar. Há dois tipos de doador: o primeiro é o doador vivo. Pode ser qualquer pessoa que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores.
O segundo tipo é o doador falecido, pacientes com diagnóstico de morte encefálica, geralmente vítimas de catástrofes cerebrais, como traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral). Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado, e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes.