O Setembro Amarelo é pautado nacionalmente pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), em parceria com o CFM (Conselho Federal de Medicina), com o objetivo de abordar a prevenção ao suicídio e reduzir os mais de 12 mil casos anuais no Brasil.
Contudo, para pais e responsáveis de crianças e adolescentes, esse tema precisa ser discutido com muita atenção e cautela. Dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) mostram que transtornos depressivos são a principal causa de incapacidade em realizar tarefas simples do dia a dia de jovens de 10 a 19 anos.
Na idade escolar, a percepção do suicídio como forma de findar o sofrimento pode ser um forte gatilho. “Relações familiares conturbadas e questões como bullying e cyberbullying podem estar na raiz do problema”, afirma Ana Regina Caminha Braga, mestre em Educação e psicopedagoga especialista em educação inclusiva e gestão escolar.
De acordo com ela, pais e responsáveis devem estar sempre atentos ao comportamento e às emoções da criança. “Ouvir as histórias, perguntar como foi o dia e tentar entender as oscilações de humor são algumas das dicas para amenizar, evitar ou resolver o problema da melhor maneira possível”, conta.
Na escola
Segundo dados do Manual de Prevenção do Suicídio para Professores e Educadores da OMS, muitos suicídios acontecem no início da adolescência, em crianças de 14 e 15 anos.
Para Ana Regina Braga, a atuação da equipe pedagógica também é de suma importância em todo esse processo de prevenção: “O trabalho com essa criança tem que ser em realizado em conjunto: escola e família. Precisamos articular para que ela se sinta confortável em todas as áreas, assim como estar atentos aos efeitos que esse trabalho vem causando. Só assim vamos conseguir possibilitar a recuperação efetiva da criança com princípio suicida. Lembrando sempre da importância de uma abordagem sem julgamentos”, detalha.
De acordo com a especialista, é preciso, também, que pais e responsáveis se apropriem do tema e passem a praticar a cultura do acolhimento todos os dias.
Dentre as dicas da especialista estão o elogio e o incentivo constante às atividades desenvolvidas pela criança. “A reflexão sobre a importância da prevenção ao suicídio não é só para este mês, mas para uma vida toda”, reforça. “A criança precisa entender que ela é importante, que tem pessoas que gostam dela, que a respeitam e que querem seu bem”, completa Ana Regina.