Curitiba – Dando continuidade à estratégia para ampliar a cobertura vacinal no Brasil e no Paraná, representantes do Ministério da Saúde iniciaram nesta terça-feira (15), em Curitiba, a primeira etapa da oficina de Microplanejamento para Vacinação de Alta Qualidade. Com apoio da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) a qualificação ocorre com aplicação de metodologia para mapeamento de risco e identificação de territórios suscetíveis à reintrodução de doenças que podem ser prevenidas por meio da imunização.
O evento segue até quinta-feira (17) e reúne cerca de 120 servidores da Atenção e Vigilância em Saúde de toda a região Sul. A proposta do microplanejamento é estabelecer e ofertar ferramentas para que os municípios planejem e realizem ações efetivas para incrementar a cobertura vacinal estabelecida pelo PNI (Programa Nacional de Imunização), que é de 95% para a maioria dos imunizantes do calendário vacinal do Sistema Único de Saúde.
Para o secretário de estado da Saúde, Beto Preto, além de promover a troca de experiências entre os participantes, o encontro organiza o planejamento e as ações de vacinação em todo território brasileiro, com o principal objetivo de ampliar a vacinação, evitando que a população seja acometida por doenças que são evitáveis. A metodologia deve ser utilizada na Campanha de Multivacinação que ocorrerá no Paraná no período de 14 a 28 de outubro de 2023, sendo que o Dia D será em 21 de outubro.
De acordo com Ana Catarina de Melo, coordenadora do PNI, a oficina vem para sistematizar as ações de vacinação e o processo de trabalho das equipes de saúde, atendendo as necessidades de cada região. “Precisamos identificar qual a análise da situação, quais as melhores estratégias e onde estão as populações mais vulneráveis para fazer o monitoramento e avaliação dessas ações. O principal objetivo é que com todo esse processo a vacinação possa ser mais efetiva e volte a alcançar os altos índices de imunização”, explicou.
A segunda etapa da oficina acontece na próxima semana, quando 80 representantes das Regionais de Saúde e dos municípios paranaenses participam do encontro. A terceira etapa envolve a multiplicação da metodologia do microplanejamento para as 22 regionais de saúde do Paraná e, por fim, ocorre a aplicação do método em todos municípios paranaenses.
Baixa cobertura
As coberturas vacinais que já estavam em queda há alguns anos, diminuíram ainda mais por conta da pandemia da Covid-19. Entre os fatores apontados pelo Ministério para esta baixa estão a percepção de inexistência de risco, medo de eventos adversos, fake news e teorias antivacinais, além de difícil acesso em algumas regiões do país.
No Paraná, dados preliminares do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações revelam que a vacina da Hepatite B, aplicada logo após o nascimento, fechou 2021 com cobertura de 61,28% e 2022 com 77,96%. Outra vacina aplicada logo ao nascer, contra a tuberculose, é a BCG, com cobertura de 82,16% em 2021. No ano passado, 87,54% das crianças foram imunizadas no Estado. A Tríplice Viral, responsável pela proteção contra o sarampo, caxumba e rubéola, é administrada aos 12 e 15 meses de idade – fechou 2021 com 86,54% e 2022 com 89,59% de cobertura.
A Pentavalente é aplicada aos dois, quatro e seis meses, e protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus. A cobertura foi de 81,75% em 2021 e atingiu 83,94% em 2022.
Dados parciais até março deste ano mostram as seguintes coberturas vacinais: vacina da Hepatite B com 93,44%; BCG com 95,01%; Tríplice Viral com 96,64% e Pentavalente com 92,19%.
Foto: SESA-PR