Saúde

Opas alerta: Américas passam por grave crise de saúde mental

Segundo dados levantados pela instituição, aflições mentais como ansiedade e depressão atingiram um pico inédito nas Américas

Opas alerta: Américas passam por grave crise de saúde mental

Brasília – O alerta já havia sido emitido pela ONU (Organização das Nações Unidas): o mundo atravessa, junto com a pandemia do novo coronavírus, uma crise generalizada de saúde mental. Ontem (18), a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), órgão vinculado à OMS (Organização Mundial de Saúde), voltou a alertar para a gravidade da situação. “Serviços de saúde mental são essenciais para a resposta contra a covid-19 e, em última instância, para o processo de reconstrução. Devemos agir para que aqueles que vivem com problemas de saúde mental, assim como os sobreviventes de violência, recebam o apoio que necessitam”, afirmou Carissa Etienne, diretora da Opas.

Segundo dados levantados pela instituição, aflições mentais como ansiedade e depressão atingiram um pico inédito nas Américas. O estresse imposto pela quarentena, pelo isolamento social e pela possibilidade de contágio foram elementos-chave para o aumento. “A pandemia de covid-19 causou uma crise de saúde mental em uma escala que nunca vimos antes”, explicou a diretora.

E não são apenas os problemas de saúde mental que foram intensificados pela pandemia. Com o maior consumo de álcool e drogas, os casos de violência doméstica também se agravaram. O levantamento da Opas mostra que Brasil, México e Estados Unidos são os maiores afetados pelos efeitos psicológicos negativos da pandemia. Nesses países, cerca de 50% da população adulta indicou um aumento de estresse perceptível.

Etienne afirmou que profissionais da área de saúde se encontram em uma situação ainda mais delicada, pois, além de lidarem com pressões sociais decorrentes da pandemia, estão na linha de frente do combate à covid-19.

A diretora da Opas pediu que as famílias façam um esforço maior no diálogo com jovens. “É normal sentir-se triste, estressado, confuso e assustado com essa crise. Todos sentimos isso. Os conflitos, porém, devem ser mínimos”, argumentou.