Saúde

Notificações de dengue preocupam e Oeste dispara alerta contra epidemia

Notificações de dengue preocupam e Oeste dispara alerta contra epidemia

Toledo – Sábado é o Dia Nacional de Combate ao Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue. Orientadas pelas regionais de saúde (9ª Foz do Iguaçu, 10ª Cascavel e 20ª Toledo), as secretarias de saúde dos mais de 50 municípios da região e os setores de vigilância epidemiológica já iniciaram os preparativos para a programação do dia. O foco principal é a prevenção pela conscientização da população.

Com base em levantamento feito pela equipe de reportagem de O Paraná, nas semanas 31 a 44 do informe epidemiológico 2022/23, atualmente são 274 casos de dengue confirmados 4.600 notificados no Oeste do Paraná. Apesar de os números parecerem não representar nenhuma ameaça em um primeiro momento, é preciso ficar de olhos bem abertos. Os casos de infecção ainda presentes entre a população preocupam as autoridades de saúde, principalmente pelo fato do Oeste, historicamente, ser considerado uma região endêmica.

No Paraná, são 1.394 casos confirmados e 16.738 notificados. Duas pessoas morreram vítimas da dengue no Estado: uma em Maripá (20ª Regional) e a outra em Foz do Iguaçu (9ª Regional). As duas vítimas tinham comorbidades. Comparando à semana epidemiológica anterior, são 1.540 notificações a mais e um crescimento de 103 casos confirmados em todo o Estado. O total de casos sob investigação no Paraná é de 3.823. São 315 municípios paranaenses com notificações de casos de dengue e 175 com casos confirmados, dos 399 existentes no total.

A situação mais crítica envolve alguns dos oito municípios jurisdicionados à 9ª Regional da Saúde, em Foz do Iguaçu. Dentro da semana epidemiológica, são 142 casos confirmados e 2.773 notificados. Na 10º Regional de Saúde, de Cascavel, responsável pela cobertura de 25 municípios, já são 1.324 casos notificados e 82 confirmados. E na 20ª Regional de Saúde em Toledo, cobrindo 18 municípios, são 503 notificações e 50 confirmações.

O chefe da Divisão de Vigilância em Saúde da 20º Regional, com sede em Toledo, Felipe Zanini, disse em entrevista ao O Paraná que, com base no último LIRA (Levantamento de Índice Rápido de Infestação do Aedes aegypti), realizado dia 11 de novembro, o índice de infestação é considerado moderado. “Não temos município com um índice exorbitante. A situação mais delicada é a de Maripá”, comenta Zanini.

Para ele, o frio fora de época contribuiu para o controle dos casos. “Mas isso não quer dizer que temos que abaixar a guarda. É preciso manter os cuidados e isso depende muito da população”, destaca.  O fator preocupante, segundo ele, é o número de notificações em ascensão. “O grande número de notificações acende o alerta para que a prevenção seja mantida e redobrada”.

De acordo com Zanini, o número de casos é baixo. “Mas percebemos que o vírus está circulando no nosso território”. No início do ano a situação é bem calma. “Entretanto, o medo é no pico, em abril, com o risco dos casos explodirem. […] Estamos fora do período sazonal e já registramos um óbito”, diz ele, referindo-se a uma morte por dengue em Maripá. A vítima morava em Maripá e tinha 73 anos. Segundo informações da Secretaria de Saúde do Paraná, a idosa tinha comorbidades, era diabética e hipertensa. A morte foi registrada em 14 de agosto.  “Temos medo de como isso vai evoluir daqui para frente. Por isso, é hora de arregaçar as mangas e trabalhar forte nesse período pré-epidêmico”.

O Dia D é voltado à conscientização e orientação sobre as formas de fazer frente ao mosquito transmissor da dengue. Em Assis Chateaubriand, por exemplo, ao longo da semana, palestras ocorrem nas escolas para formar os alunos como agentes multiplicadores de informação junto aos familiares. Maripá fará coleta de lixo eletrônico e de pneus, para minimizar o número de notificações e casos. “Cada município adotou uma estratégia, mas de forma geral, serão colocadas em prática políticas públicas de combate aos criadouros”. A integração das equipes de saúde com a população é fundamental, na ótica de Zanini.

Principais sintomas da dengue

Os principais sintomas da dengue são: febre alta (acima de 38.5ºC), dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo. Outros sintomas mais graves, como dor abdominal intensa, vômito persistente, tontura, diminuição do volume urinário e muito cansaço também podem ocorrer. Os sintomas costumam aparecer entre três a quinze dias após a picada do mosquito infectado.

Os sintomas da dengue são parecidos com o de uma gripe, pois ambos apresentam entre os possíveis sinais febre, dores de cabeça e no corpo, cansaço e mal-estar. Porém, a dengue não apresenta sintomas respiratórios como coriza, nariz entupido ou tosse. O paciente deve procurar atendimento médico assim que os sintomas aparecerem.

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Cascavel já tem 10 casos confirmados

Desde o início do ano epidemiológico em agosto deste ano até agora, Cascavel já registrou 10 casos positivos de dengue. No mesmo período do ano passado, foram oito ao todo. A Secretaria de Saúde de Cascavel e a Divisão de Vigilância Epidemiológica, divulgaram na quarta-feira o informe epidemiológico de arbovirose, com dados de dengue, zika e chikungunya. O calendário 2022/23 teve início em 31 de julho deste ano e encerrará em 29 de julho de 2023.

Com base na semana epidemiológica 45 2022/23, de 31 de julho a 12 de novembro, são 1.093 casos de dengue suspeitos, dois de zika e dois de chikungunya. Deste total, 1.019 foram descartados, sendo 64 aguardando análise ou coleta de exame.

Dos 10 casos positivos, três são do Interlagos, dois do Periollo, dois do Country, um do Cascavel Velho, um do XIV de Novembro e um do bairro Presidente. A unidade notificadora com maior número de registros foi a UPA Brasília, com 330 notificações, seguida pela UPA Tancredo, com 296 notificações e a UPA Veneza, com 279 notificações.

O maior número de casos por semana epidemiológica ocorreu entre 28 de agosto e 3 de setembro, com a oficialização de três casos positivos. Com relação ao ano epidemiológico 2021/22, foram 17.563 notificações e 13.010 casos positivos em Cascavel.

De agosto de 2021 a julho de 2022, foram 15 óbitos registrados em Cascavel, sendo nove homens e seis mulheres, a maioria com comorbidades. O período com maior número de casos positivados no ano passado ocorreu entre 24 a 30 de abril do ano passado, totalizando 1.456 casos. O bairro com o maior número de casos positivos no ano epidemiológico anterior foi o Interlagos, com 1.002.