O excesso de peso aumenta os riscos de câncer e aproximadamente 30% de alguns tipos da doença estão relacionados à obesidade.
Ramon Andrade de Mello, médico oncologista e professor da disciplina de oncologia clínica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e da Escola de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal), orienta as pessoas interessadas em emagrecer de forma saudável a traçar uma estratégia com atividades físicas aliadas a uma alimentação equilibrada.
As pessoas devem evitar principalmente os alimentos processados e dar prioridade aos vegetais. Entre eles, o brócolis, que é rico em antioxidante e ajuda no emagrecimento. Já entre as frutas, a maçã colabora na digestão. A espirulina, um suplemento dietético obtido a partir de cianobactérias de algas da região da América Central, é outra sugestão do oncologista. “Em 2018, a revista científica suíça chamada Marine Drugs publicou um estudo clínico (doi: 10.3390/mdl6100364) mostrando que a espirulina pode ser utilizada como tratamento complementar para a redução do colesterol, diminuição de peso, inibição do apetite e perda de peso”, explica Mello.
O oncologista lembra que a alimentação deve estar aliada a atividades físicas também. “É importante praticar exercícios pelo menos três vezes por semana, com 60 minutos por dia. Já a Sociedade Americana de Medicina Desportiva recomenda, por exemplo, atividades físicas de 160 minutos no mínimo, por semana, para evitar o sedentarismo. Isso pode ser feito na caminhada no começo ou no fim do dia. “Ou até mesmo dispensar o elevador e subir as escadas do prédio também já ajuda”, orienta o professor da Unifesp.
Ramon de Mello reforça que, quem perde peso, reduz os riscos de desenvolver tumores cancerígenos. A obesidade elava o risco de as pessoas desenvolverem a doença porque o tecido gorduroso aumenta a produção do hormônio estrogênio e pode estar relacionado com um estado inflamatório sistêmico no indivíduo. Nas mulheres, ele favorece o aparecimento de tumores na mama e endométrio. Além disso, câncer de esôfago, intestino, reto, rins e pâncreas podem ter relação direta com a obesidade.