Curitiba – A Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná) deu início ao ciclo 2024/2025 de “Vigilância Ativa de Influenza Aviária e Doença de Newcastle”. Conforme a divisão de Sanidade Avícola da Adapar, o ciclo inclui a colheita de materiais como soro e suabes de cloaca e traqueia em aves. A abertura do ciclo ocorreu com uma videoconferência conduzida pela Divisão de Sanidade Avícola, reunindo representantes dos escritórios regionais e locais da Adapar para alinhar as diretrizes das ações de vigilância ativa no Paraná.
As ações abrangem 352 propriedades comerciais de aves, distribuídas entre corte, postura e reprodução, além de 80 propriedades de subsistência em todo o Paraná, reforçando a abrangência do monitoramento. O ciclo se estenderá até junho de 2025.
Em agosto deste ano, como parte das ações de reforço ao atendimento em emergências avícolas, a Adapar promoveu uma capacitação voltada à vigilância e atendimento de emergências. O treinamento contou com a participação de 33 fiscais de defesa agropecuária, médicos-veterinários do Departamento de Saúde Animal, dois assistentes de fiscalização e uma auditora fiscal federal agropecuária.
Pauline Sperka de Souza, chefe da Divisão de Sanidade Avícola, disse que a vigilância ativa é fundamental para comprovar a ausência dessas doenças na avicultura industrial e de subsistência do Estado. “A ação demonstra a robustez do sistema, a capacidade de detecção precoce e a transparência do status sanitário das doenças no Paraná”, afirmou.
As ações de vigilância ativa, segundo o Departamento de Saúde Animal da Adapar, reforçam o compromisso do Paraná em manter a segurança sanitária da sua avicultura, essencial para a saúde animal, o comércio internacional e o abastecimento interno.
Doença altamente contagiosa
A influenza aviária é uma doença viral altamente contagiosa que afeta aves domésticas e silvestres, muitas vezes resultando em graves consequências para a saúde animal, para a economia e o meio ambiente. De alta patogenicidade, é caracterizada principalmente pelo índice de mortalidade de aves, que pode ser acompanhada por sinais clínicos nervosos, digestórios e/ou respiratórios, tais como andar cambaleante, torcicolo, dificuldade respiratória e diarreia.
A doença de Newcastle (DNC) é uma enfermidade viral que afeta aves domésticas e silvestres, causando sinais respiratórios, frequentemente seguidos por manifestações nervosas, diarreia e edema da cabeça nestes animais.
Caso foi registrado no Rio Grande do Sul
No dia 17 de julho deste ano, a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grane do Sul, por meio do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA), recebeu a confirmação pelo Ministério da Agricultura e Pecuária de um foco da doença de Newcastle (DNC) em um estabelecimento de avicultura comercial de corte no município de Anta Gorda.
O vírus foi identificado em um lote de frango de corte. A notificação foi atendida pelo Serviço Veterinário Oficial do Rio Grande do Sul (SVO-RS) em 8 de julho, e as amostras colhidas foram encaminhadas para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP). Reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como laboratório de referência internacional para o diagnóstico da DNC, o LFDA-SP confirmou o caso.
A Secretaria da Agricultura, em conjunto com a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Mapa, aplicou os procedimentos de erradicação do foco estabelecidos no Plano de Contingência de Influenza Aviária e doença de Newcastle. A ação envolveu a eliminação e destruição de todas as aves e a limpeza e desinfecção do local.
O SVO-RS também fez a investigação complementar em um raio de dez quilômetros ao redor da área de ocorrência do foco, além de outras medidas que forem necessárias conforme avaliação epidemiológica.
“As equipes da Seapi atuaram preventivamente em um raio de três quilômetros, com visitas em granjas avícolas de corte comercial, e nenhum outro caso suspeito foi detectado. As equipes passam atuaram em, no mínimo, 775 propriedades rurais cadastradas em nossos sistemas, que incluem a avicultura comercial e de subsistência, para investigação clínica e epidemiológica, além de orientações das medidas de biosseguridade das granjas e sensibilização da população para a notificação de suspeitas. Barreiras sanitárias também foram ser realizadas na região”, conta o diretor-adjunto do DDA, Francisco Lopes.
Na época, a Seapi e o Mapa ressaltaram que o consumo de produtos avícolas inspecionados pelo SVO permanece seguro e sem contraindicações.
VBP do frango
Dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) apontam que o Valor Bruto da Produção (VBP) do frango atingiu R$ 31,6 bilhões em 2023, o que representa 16% do faturamento da produção agropecuária paranaense.
Entre abril e junho deste ano, o Paraná consolidou sua liderança na produção nacional de carne de frango, com o abate de 565,50 milhões de cabeças. O número representa um aumento de 33,24 milhões em relação ao mesmo período de 2023 e foi decisivo para o crescimento nacional, que registrou alta de 50,35 milhões de unidades.
Com esse desempenho, o Estado ampliou sua participação na produção brasileira, passando de 34,6% para 35,1%, reafirmando o protagonismo dos granjeiros paranaenses no setor avícola do País. O Paraná tem status de livre de Influenza Aviária de alta patogenicidade e de doença de Newcastle.