A Secretaria da Saúde do Paraná vai formatar uma política estadual perene de atenção à saúde da mulher. O objetivo é consolidar os cuidados em todas as suas fases de vida e não apenas na atenção materno-infantil. A iniciativa foi determinada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior e formalizada em despacho assinado no dia 1.º de outubro.
A política deve buscar a consolidação dos avanços no campo dos direitos sexuais e reprodutivos, com ênfase na melhoria da atenção obstétrica, no planejamento familiar, na atenção ao abortamento inseguro e no combate à violência doméstica e sexual.
A meta é abrir um leque para que a atenção à mulher contemple, além das campanhas mais incisivas sobre câncer de mama e colo de útero e gestão materno-infantil, também o planejamento reprodutivo (métodos contraceptivos), atenção obstétrica (pré-natal, parto, puerpério, urgências e emergências obstétricas e aborto), vigilância epidemiológica do óbito materno, violência sexual e doméstica, climatério, gênero, saúde mental, feminilização da Aids e infecções sexualmente transmissíveis.
MARCO HISTÓRICO – Para Maria Goretti David Lopes, superintendente de Atenção à Saúde da Secretaria da Saúde, o despacho assinado pelo governador significa um marco histórico dos direitos da mulher no Paraná.
“O governador entendeu que precisamos ter esse olhar para as mulheres e avançar nos direitos sexuais e reprodutivos, na atenção obstétrica, na busca pelo fim da mortalidade materna, no planejamento familiar e na entrega de conceptivos”, afirmou. “Essa política entende a mulher em todo o seu contexto social, todas as fases de sua vida. A atenção integral à mulher precisa se fazer presente em cada unidade de Saúde do Estado”.
ESPECIALIZADA – As ações da área também têm como foco a atenção especializada para mulheres negras, quilombolas, em situação de prisão, indígenas, moradoras do campo e da floresta, com deficiência, transexuais, lésbicas, bissexuais, idosas, em situação de rua e ciganas. Elas se somam a diversas outras campanhas permanentes da Secretaria da Saúde como o Outubro Rosa, vigilância vacinal e programas específicos para saúde mental, bucal e da pessoa idosa.
RESPALDO NACIONAL – A política estadual de atenção à saúde da mulher vai acompanhar as bases da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, construída pelo Ministério da Saúde. Esse programa incorporou princípios como equidade na atenção e participação social.
Além disso, propõe formas mais integradas e diretas de relacionamento entre os profissionais de saúde e as mulheres, com intuito de promover autonomia e maior controle sobre a sua saúde, seu corpo e sua vida.