Política

Escuta qualificada nas escolas

Após uma criança ter sido violentada dentro de uma escola municipal, um alerta acendeu na Secretaria de Educação de Cascavel. “Com esse registro nós observamos que precisamos ter funcionários nas escolas preparados para lidar com o problema. Saber como identificar se um aluno está sofrendo algum tipo de violência, como lidar com ele e como fazer o encaminhamento do caso. Por isso nós vamos iniciar um treinamento para três profissionais de cada instituição para identificar e saber como agir”, revela a secretária Márcia Baldini.

A orientação será feita por psicólogos e contará com ajuda do Ministério Público. “Com o auxílio do promotor Luciano Machado, também vamos trazer informações sobre como funciona a lei”, acrescenta Márcia.

Para a psicóloga Elen Lúcia Bosato Pires, esse é um passo importante para que mais casos de violência sejam identificados e mais crianças recebam auxílio. “É de extrema importância que os professores, que estão com as crianças, saibam identificar as mudanças no comportamento e oferecer ajuda, já que muitas vezes a violência acontece dentro de casa. O número de casos que temos conhecimento é apenas a ponta do iceberg, porque a cada caso descoberto e denunciado, pelo menos 20 não são. E é essa realidade que nós queremos mudar”.

Na prática, está sendo discutida a disponibilização de um psicólogo especializado para atender apenas esses casos, fazendo a escuta inicial do caso que é encaminhado das escolas, a chamada Escuta Qualificada, para que a criança não precise repetir a história várias vezes.

Conforme o Nucria, em 2017 foram registrados 253 boletins de ocorrência sobre algum tipo de violência contra crianças e adolescentes. Este ano, até julho, já foram 159 registros.

Enfrentamento da violência

Ocorre hoje Seminário Regional que visa discutir ações e fortalecer o trabalho da rede de proteção municipal de enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes, na Unioeste, o dia todo.