Brasil - O controle do Congresso Nacional estará em disputa neste sábado, 1º de fevereiro, com as eleições para a presidência e demais cargos das Mesas Diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Os novos líderes das Casas Legislativas exercerão mandatos de dois anos, sucedendo Arthur Lira (PP) e Rodrigo Pacheco (PSD), atuais presidentes da Câmara e Senado, respectivamente.
A primeira reunião preparatória para a escolha do presidente do Senado ocorrerá às 10h, conduzida pela atual Mesa Diretora. Os candidatos devem formalizar suas inscrições por escrito até o início dos discursos. Cada postulante terá 15 minutos para defender sua candidatura, seguindo a ordem alfabética dos nomes parlamentares.
A votação será secreta e realizada por cédulas de papel, exceto em caso de candidatura única, quando ocorre por sistema eletrônico. Para vencer no primeiro turno, o candidato precisa de maioria absoluta (41 votos). Caso nenhum alcance esse número, os dois mais votados disputam um segundo turno, e vence quem obtiver mais votos.
Até o momento, cinco senadores lançaram pré-candidatura à presidência: Davi Alcolumbre (União Brasil), Marcos Pontes (PL), Soraya Thronicke (Podemos), Marcos do Val (Podemos) e Eduardo Girão (Novo). O ex-presidente da Casa, Alcolumbre é o favorito, e conta com apoio do presidente Pacheco.
Logo após a eleição do presidente, às 11h, será realizada uma nova reunião para a escolha dos dois vice-presidentes, quatro secretários titulares e quatro suplentes. O sistema de votação segue os mesmos moldes da eleição presidencial.
Eleição na Câmara
Já para a eleição da Câmara, a primeira sessão preparatória ocorrerá às 16h, no Plenário Ulysses Guimarães. O prazo para formalização dos blocos parlamentares se encerra às 9h, seguido da reunião de líderes às 11h para distribuição dos cargos da Mesa Diretora. As candidaturas devem ser registradas até às 13h30.
A votação será presencial e secreta, com urnas no Salão Verde e no Plenário. Para ser eleito no primeiro turno, o candidato precisa de 257 votos (maioria absoluta). Se nenhum alcançar esse número, ocorre um segundo turno entre os dois mais votados.
Os três candidatos oficialmente declarados são Hugo Motta (Republicanos), Marcel van Hattem (Novo) e Pastor Henrique Vieira (Psol). Motta é o favorito, contando com o apoio de Arthur Lira e de uma base de 494 deputados.
A votação para os demais cargos da Mesa ocorre simultaneamente à votação presidencial. A Mesa da Câmara é composta pelo presidente, dois vice-presidentes, quatro secretários titulares e quatro suplentes.
Nas eleições
A eleição das novas Mesas Diretoras definirá o comando das pautas legislativas e a administração das Casas até 2027. Os resultados terão impacto direto na articulação entre os Poderes Executivo e Legislativo e, por consequência, nas eleições gerais de 2026.
A sessão conjunta do Congresso Nacional, que marca o início da nova sessão legislativa, está agendada para segunda-feira, 3 de fevereiro, às 15h.
Conheça os candidatos
No Senado
Davi Alcolumbre (União Brasil)
Senador pelo Amapá, busca voltar ao comando do Senado, cargo que ocupou entre 2019 e 2021. Influente nos bastidores, tem apoio de 76 senadores (94% da Casa) e articula alianças para evitar rupturas. Apesar do favoritismo, enfrenta questionamentos do STF sobre distribuição de emendas.
Marcos Pontes (PL)
Ex-ministro e primeiro astronauta brasileiro, aposta em seu perfil técnico. Sem apoio total do PL, sua candidatura enfrenta dificuldades para viabilizar alianças.
Marcos do Val (Podemos)
Foca na segurança pública, mas enfrenta falta de apoio consolidado, o que reduz suas chances.
Eduardo Girão (Novo)
Conservador e crítico do sistema político, tenta atrair senadores insatisfeitos com Alcolumbre.
Soraya Thronicke (Podemos)
Senadora pelo Mato Grosso do Sul, eleita em 2028, Soraya disputou as eleições presidenciais de 2022 pelo União Brasil. Ela não recebeu apoio explicito de senadores do Podemos para a disputa.
Na Câmara dos Deputados
Hugo Motta (Republicanos)
Favorito à presidência da Câmara, tem apoio de 18 partidos e de Arthur Lira. Defende equilíbrio entre governo e oposição.
Henrique Vieira (PSOL)
Pastor e ativista, propõe transparência e participação popular. Sua candidatura é simbólica.
Marcel van Hattem (Novo)
Defende independência do Legislativo e transparência, mas seu partido tem poucos deputados, reduzindo suas chances.