POLÍTICA

Bolsonaro afirma que "perseguição continua" , "pior que em 2027 e 2018"

Jair Bolsonaro depõe à Polícia Federal em investigação sobre financiamento ao filho Eduardo, abordando a situação no Brasil - Foto: Antonio Augusto/STF
Jair Bolsonaro depõe à Polícia Federal em investigação sobre financiamento ao filho Eduardo, abordando a situação no Brasil - Foto: Antonio Augusto/STF

Brasil - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira (5) no âmbito de uma investigação que apura o suposto financiamento de ações do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contra autoridades brasileiras nos Estados Unidos.

Ao deixar a sede da PF em Brasília, Bolsonaro classificou a apuração como uma “perseguição”. “Muito pior foi feito em 2017 e 2018, quando Lula estava preso. O PT percorreu o mundo acusando a Justiça brasileira de parcialidade. Isso sim é perseguição”, declarou.

Durante o depoimento, Bolsonaro confirmou ter enviado R$ 2 milhões a Eduardo, que atualmente vive nos EUA. Segundo ele, os recursos têm caráter privado. “Estou financiando meu filho e minha neta. A acusação é de que eu estaria financiando atos antidemocráticos, mas o trabalho dele é em defesa da democracia brasileira. Não há sanções contra autoridades do Brasil nos Estados Unidos”, afirmou. “Depositei R$ 2 milhões na conta dele. Tenho dois netos e tudo lá é muito mais caro.”

Desabafo

Bolsonaro ainda defendeu a atuação de Eduardo nos EUA, destacando a interlocução do filho com figuras da política americana, incluindo a família do ex-presidente Donald Trump. “Ele tem uma boa relação com a família Trump e com o parlamento norte-americano. Tem acompanhado minha situação e se mostra solidário. Está se movimentando pela democracia no Brasil.” O ex-presidente finalizou sua declaração com tom de indignação: “É justo o que estão fazendo comigo?”

Por escrito

O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro também prestará depoimento. Porém, o filho de Bolsonaro vai se pronunciar por escrito, uma vez que está nos Estados Unidos. O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) esteve na PF, na segunda-feira (2). O petista foi o autor da provocação que levou a PGR (Procuradoria-Geral da República) a solicitar que Moraes determinasse a abertura do inquérito, o que aconteceu no último dia 26.

Críticas à investigação

O advogado do ex-presidente, Paulo Cunha Bueno, também se manifestou após o depoimento, criticando o inquérito instaurado por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). “Trata-se de um inquérito aberto de forma equivocada. Nenhuma das tipificações é minimamente viável. Há uma politização da Justiça e uma judicialização da política”, argumentou.

Bolsonaro também foi questionado sobre a deputada Carla Zambelli (PL-SP), foragida na Itália após ter a prisão preventiva decretada pelo STF. “Não tenho nada a ver com Carla Zambelli. Não transferi dinheiro para o Pix dela. Hoje fui ouvido apenas sobre os recursos enviados ao meu filho nos Estados Unidos”, disse.