Política

Acic sabatina candidatos e cobra ações concretas

Foram elaboradas 32 perguntas, para que cada candidato respondesse quatro sem que os temas fossem repetidos

Acic sabatina candidatos e cobra ações concretas

A Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel) reuniu os oito candidatos a prefeito de Cascavel com uma proposta: apresentar perguntas diretas para que eles respondessem sobre assuntos específicos. Não foi permitida a interação entre eles, embora em várias oportunidades o prefeito Leonaldo Paranhos usou do próprio tempo para rebater informações apresentadas pelos adversários.

Foram elaboradas 32 perguntas, para que cada candidato respondesse quatro sem que os temas fossem repetidos. Todos eles tiveram acesso a todas as questões, mas, mesmo assim, muitas delas foram respondidas de forma bastante básica, redundante e até vaga. O que mais se ouviu foi “temos que fazer um estudo”.

Juarez Berté (DEM) foi o primeiro a ser questionado, sobre como o setor público pode desenvolver ações de fortalecimento de indústria e turismo. “Na indústria, criar mecanismos, atrair empresas para gerar renda, emprego, o que não temos visto. Temos uma característica positiva para atrair empresas, criando novos núcleos industriais; na questão do turismo de eventos, fazer parcerias público-privadas… Temos a ponte molhada, o Zoológico, que podem ser espaços para visitação (…) Queremos tomar as medidas possíveis para atrair as indústrias e o turismo”. Disse ainda que “é possível fazer com ações concretas”, mas não explicou exatamente quais são essas ações.

Outra questão abordada foi sobre o Aeroporto Regional, o qual disse ser importante projeto de futuro para o desenvolvimento de Cascavel e da região, e sobre a ampliação do limite básico do ISS, o qual concordou que é preciso “dar um passo para trás para dar dois para frente”.

Berté ainda “puxou a orelha” do Observatório Social ao falar sobre o assunto, reclamando que algumas ações foram ignoradas, citando de novo a questão da ponte do Ecopark que foi trocada.

Inês de Paula (Progressistas) foi indagada sobre como pretende solucionar a questão de quase insolvência do IPMC. “Teremos que ter um estudo técnico a respeito. Temos um déficit muito grande devido à pandemia e que, com certeza, teremos que ter gestão de mão de ferro para que possamos dar igualdade aos nossos funcionários públicos que dependem dessa aposentadoria no futuro, e dar a eles essa qualidade que eles tanto necessitam”. Segundo ela, pretende discutir com os próprios servidores o assunto. Sobre como pretende sanar a falta de vagas nas creches, defendeu parcerias público-privadas e citou sua proposta de quatro polos industriais, onde haverá espaço para os filhos das trabalhadoras.

Citou a disposição de buscar convênios com governos estadual e federal para investir nos distritos, e da necessidade de pavimentar as estradas rurais.

A primeira pergunta ao Paulo Porto (PT) foi como as ações da sua gestão podem convergir com a Cascavel que se quer no futuro. Segundo ele, “o Codesc é uma das boas invenções da Acic” e citou a importância da questão da sustentabilidade, lembrando da crise hídrica e do uso dos agrotóxicos. “Na nossa gestão teremos o Codesc como grande parceiro na prefeitura para pensar iniciativas na perspectiva da sustentabilidade ambiental, por exemplo, o IPTU verde, que ainda não foi criado”.

Outra questão foi sobre atração e fortalecimento de indústrias. “O ano que vem será de muita dificuldade econômica. O Município terá que ter uma atenção muito próxima em relação a indústrias, serviços e pequenos empresários e também na comunidade rural, mas especial os pequenos empresários e produtores”.

Carlos Moraes (Avante) foi indagado sobre proposta para fortalecer a Guarda Municipal. Ele disse que pretende mudar o protocolo de atendimento, “fazer com que as viaturas da GM cheguem na mesma velocidade que as viaturas do Samu e do Siate”. E também destacou apoio e suporte aos guardas, inclusive assistência psicológica, e a construção da Academia da Guarda.

Falou sobre sinalização das ruas e melhoria das calçadas, sobre a crise hídrica, citando a proposta de reservatórios urbanos, afundar o Lago e um terceiro lago.

Marcio Pacheco (PDT) falou sobre ações que atendam a novos modais de mobilidade urbana serão priorizadas: “Talvez seja o problema que mais estressa a população. Temos um grande projeto e temos que pensar a mobilidade urbana de uma maneira ampla”. Citou o processo licitatório do transporte coletivo, incentivando uso de energias renováveis nos ônibus e estabelecer uma grande rede de ciclovias.

Sobre como agir como indutor do desenvolvimento, disse que vai “estabelecer um amplo e verdadeiro diálogo com a sociedade civil organizada, como o Codesc. Vamos pensar em Cascavel a curto, médio e longo prazo”. Segundo ele, mais que criar novas empresas nesse momento, é importante dar um “suporte objetivo, financeiro, para que nosso micros e pequenos empresários continuem sobrevivendo no início do ano que vem”. “Vamos criar de fato uma Secretaria de Desenvolvimento Econômico que possa desenvolver o papel que é dela, em parceria com a Fundetec, para que possa gerar novas empresas, e depois o Município dar suporte para que essas empresas não vão embora daqui”.

O pedetista também falou sobre a importante de separar esporte e cultura e citou a proposta de pagar uma bolsa-escola para atletas e professores.

Na sua primeira resposta, que era sobre como dar mais pulso ao setor agropecuário, o prefeito Leonaldo Paranhos (PSC) anunciou que a próxima administração terá mais R$ 20 milhões de ICMS, devido a um aumento do percentual. Já sobre o campo, citou que ampliou o orçamento de R$ 29 milhões para R$ 80 milhões. “Agora vêm aí os arranjos produtivos: a política pública do leite, do peixe… que vai nortear a nossa cidade”, citando o grande desafio de agregar valor.

Falou também sobre o Escritório de Compras, com transmissão ao vivo, e citou a economia das compras, que passou de 10,22% até 2016 para 32,23% hoje.

Questionado sobre um novo Centro de Eventos, Paranhos lembrou que era um ponto do plano de governo que não conseguiu cumprir. “Cumprimos 98% do plano e [fizemos] algumas coisas que não estavam, como aeroporto, hospital municipal, estradas rurais, uma série de coisas, e esse ponto específico não consegui”. Citou que algumas opções estão sendo vistas, entre elas a Sociedade Rural, e a sede do Incra, na Neva.

Questionado sobre a adoção do Almoxarifado Central, Major Arsênio não chegou a dizer como fará, mas defendeu a importância do sistema para melhorar a fiscalização e garantir mais eficiência. “Acreditamos que, com essa implantação, todas as mercadorias e itens que compõem a administração pública terão uma fiscalização muito melhor na entrada e na saída, tendo todos os seus itens de forma já separada e indicado até por blocos, até para que agilize a reposição”.

Falou também sobre a necessidade de integração entre todos os postos de saúde e as UPAs. Sobre o futuro da Fundetec, sugeriu parceria com as várias câmaras temáticas da Acic. Também citou o uso mais amplo do território cidadão e “retonar os subprefeitos”.

O candidato Evandro Roman (Patriota) foi indagado sobre o homeschooling, ao que respondeu que a educação é a profissão que menos evoluiu nos últimos 150 anos e que o homeschooling é mais um modelo, a exemplo do EAD, o tradicional, o cívico-militar… “Temos que estar abertos, sim. Sou favorável a essa ação do homeschooling. É uma das formas de educar e, no nosso governo, vamos dar um incentivo muito grande para desenvolver, não só o homeschooling, mas toda e qualquer forma de educar. Vamos trabalhar com o modelo cívico-militar do 1º ao 5º ano. Porque hoje, no período pandemia, estamos trabalhando por EAD, e todo o mundo se adaptou”.

Outra questão foi sobre medidas de simplificação de fechamento de empresas, no que respondeu que pretender ouvir o setor para que informe o que está travando e “montar um colegiado para facilitar isso”.

Como estratégia para a educação, citou as opções de construir novos Cmeis, parceria com escolas, comprar vagas de escolas privadas e dialogar com empresas devedoras para trocar dívidas por Cmeis.