A Polícia Científica do Paraná conquistou nessa sexta-feira (05) a premiação com um artigo científico sobre a extração mais aprofundada de dados de dispositivos, como celulares, computadores e Hds na categoria Crimes Cibernéticos durante a Interforensics 2021, em Foz do Iguaçu, no Oeste do Estado. O encontro é o maior evento de ciências forenses da América Latina.
Os estudos são do coordenador do Laboratório de Extração de Dados de Computação Científica da Polícia Científica do Paraná, Henrique Galperin. No artigo, ele explora uma metodologia diferenciada para tornar mais acessível e eficiente a extração de informações em aparelhos celulares ou outros tipos de equipamentos que contenham informações relevantes para uma investigação de crime.
“Esses trabalhos nos permitem avançar em relação ao que as ferramentas comerciais forenses de extração de dados já disponibilizam, além de divulgar este conhecimento para outras instituições a fim de estimular a produção de novas metodologias nesta área das Ciências Forenses”, afirmou.
Vencedor do prêmio, Galperin acredita que o reconhecimento evidencia a Polícia Científica do Paraná no cenário nacional. “É uma demonstração do bom trabalho que nossa instituição executa, servindo de referência para todo o Brasil. Temos sempre ajudado outras instituições com nosso esforço e é muito gratificante ver que todo o nosso empenho tem gerado bons frutos”, destacou.
O projeto do perito possui duas linhas. No primeiro trabalho, a proposta é extrair dados de aparelhos celulares da marca Motorola, mesmo que bloqueados com senha. No segundo, a ideia é fazer uma extração de informações mais profunda em aparelhos da marca Samsung. Segundo ele, ambos os estudos buscam complementar as ferramentas forenses, pois são essenciais nas perícias criminais e contribuem consideravelmente na obtenção de evidências para a investigação de crimes, desde os cibernéticos até os homicídios.
“Com essas ferramentas podemos remover senhas e acessar aplicativos que contenham informações relevantes, como troca de mensagens de texto, histórico de navegação pela Internet, aplicativos de relacionamento, entre outras evidências que são consideráveis no âmbito de uma investigação”, explicou Galperin.
Segundo o diretor do Instituto de Criminalística da Polícia Científica do Paraná, Mariano Schaffka Neto, a qual o Laboratório é subordinado, o objetivo é proporcionar técnicas e metodologias novas para beneficiar a população auxiliando na solução de crimes.
“As propostas apresentadas nestes trabalhos nos permitem que instituições de outros estados e, até mesmo a Polícia Federal, consigam acessar dados que não seriam acessíveis por dispositivos do mercado”, afirmou. “Sabemos que o objetivo final da segurança pública é a justiça, então quanto mais fizermos convênios, melhorar técnicas e métodos, promover pesquisas científicas e publicá-las, mais chances temos de chegar a resultados cada vez melhores”, acrescentou.
OUTROS TRABALHOS – Durante o Interforensics 2021, a Polícia Científica expôs outros trabalhos de Computação Forense, como o estudo dedicado à análise de vídeos. “Os estudos dos nossos profissionais visam a criação de métodos para que não se perca nenhuma informação durante a extração de dados. Há casos em que o acesso aos dados é tão difícil que são necessárias técnicas específicas para a extração. Portanto, essa área é muito importante para as Ciências Forenses, e merece ser alvo de estudos aprofundados como os que estamos vendo”, afirma Mariano Schaffka Neto.
(AEN)