O vizinho que confessou a morte da pequena Heloá Pereira, de 11 anos, foi interrogado na Justiça e deu detalhes sobre o crime que cometeu em Piedade (SP). No novo depoimento, ele disse que matou a menina porque a estuprou.
Heloá desapareceu em 19 de dezembro de 2019 e seu corpo foi encontrado dias depois (relembre o crime ao fim da reportagem).
Além de Elivelton Santos Furtado, a polícia ouviu seus familiares. A defesa do acusado não quis comentar o caso com a reportagem.
“[O] pai dela [Heloá] saiu para trabalhar. Eu fiz o uso de droga e entrei lá [na casa da vítima] e fiz isso. Usei crack, cocaína e bebida alcoólica antes. Sabia que [o pai da Heloá] ia receber dinheiro. Matei porque estuprei e acabei cometendo essa loucura. Se pudesse voltar atrás eu jamais teria feito isso. Todo dia me arrependo”, disse Elivelton à juíza.
Se condenado por todas as acusações, a pena de Elivelton pode chegar até 39 anos. Ele teve a prisão temporária convertida para preventiva e foi denunciado pelo Ministério Público. O caso segue em segredo de Justiça e Elivelton deve ir a júri popular.
Em julho de 2020, a Justiça negou o pedido da defesa para que fosse feito um exame para determinar a sanidade mental do jovem. Mesmo com a tentativa de instauração de incidente de insanidade mental do réu, a Justiça entendeu que nada nos autos indica que Elivelton tenha algum problema.
A confissão
Elivelton foi preso em fevereiro de 2020. Na madrugada do crime, Elivelton, que era vizinho da casa onde a menina morava com o pai, disse que fez uso massivo de drogas.
Por volta das 6h, o pai da criança saiu de moto para buscar o caminhão que usa para trabalhar. De acordo com a investigação, neste momento, Elivelton disse que ouviu o barulho do veículo e foi até a casa.
A vítima, então, acordou e Elivelton disse que a asfixiou. Desacordada, ele levou a criança para a sua casa e abusou sexualmente dela.
Na ocasião, Heloá teria retomado a consciência, momento em que Elivelton desferiu 18 facadas contra a menina, conforme apontado por um laudo do Instituto Médico Legal (IML). Ele teria tentando então, novamente, estuprar a criança já morta.
O crime
No dia do crime, o pai de Heloá, Robson Pereira, saiu de casa para trabalhar e a menina ficou dormindo no quarto. Robson voltou para levá-la para a casa da avó paterna, mas constatou que a criança não estava em casa.
Neste dia, com o desaparecimento da menina, o réu se dispôs a supostamente ajudar a família a encontrá-la. Ele decidiu fugir quando soube que a polícia passaria a usar cães farejadores nas buscas.
O corpo de Heloá foi achado em 21 de dezembro, dois dias depois do seu desaparecimento, coberto por pedaços de madeira, enrolado em um cobertor e um lençol, dentro de uma fossa, nos fundos da casa dela.
A garota estava seminua, apenas com a camiseta. A calça e a calcinha estavam ao lado do corpo. A investigação solicitou exames para constatar o abuso sexual, mas o estado de decomposição do corpo não permitiu uma conclusão. Elivelton disse que limpou as manchas de sangue que estavam no quarto dele e queimou as roupas que usava no dia.
Elivelton foi preso no dia 14 de fevereiro de 2020, na estrada que liga Tapiraí (SP) a Pilar do Sul (SP), dois meses depois do desaparecimento da menina.
Via: G1 – Foto: Divulgação