Há um ano o Brasil assistia atônito e de mãos atadas ao País inteiro ser parado pela greve dos caminhoneiros. Um movimento todo orquestrado pelas redes sociais, espontâneo e sem liderança que assumiu a força que a insatisfação daquela categoria reprimia.
Uma parte da nação apoiou a greve, reconhecendo como suas muitas das queixas que foram sendo levantadas, mas especialmente os reajustes sucessivos dos combustíveis. E o que começou como uma manifestação pela redução de R$ 0,20 do litro do diesel, custou bilhões de reais ao País e agravou a já profunda crise que vivíamos.
A mobilização dos caminhoneiros escancarou diversas fragilidades nacionais. Além da precariedade do sistema de transportes, evidenciado pela dependência do modal rodoviário, expôs a falta de liderança do então presidente Michel Temer, que ficou acuado e sem poder de reação.
Também evidenciou um lado cruel do ser humano, que se apavorou e saiu desesperado, esgotando as bombas de combustíveis e alguns produtos dos supermercados na ânsia de proteger a si mesmo.
O problema é que todas as lições dadas há um ano não foram de fato assimiladas e agora corremos o risco de repetirmos essa prova ainda mais dura. Cientes da própria força, os caminhoneiros não vão repetir os erros da última mobilização e será muito mais difícil, desta vez, de arrefecer os ânimos.
Há quatro anos o Brasil vem envergando perigosamente e um fato desses pode ser só o que faltava para o País de fato quebrar.