Opinião

O mistério do surto em Cascavel

Por Carla Hachmann

Desde dezembro a saúde municipal de Cascavel monitora um surto de diarreia aguda que acomete de pobres a ricos, de crianças a idosos. São quase quatro meses sem que ninguém saiba (ou confirme) a causa do surto.

Sabe-se que ele é causado por um protozoário que vive na água. Como esse protozoário chega ao ser humano é o mistério: é pela água que bebe? Pela água que lava as mãos? Pela água que lava frutas e verduras? Na dúvida, a ordem é lavar bem as mãos (com qual água?) e ferver toda a água que consumir, até mesmo aquela comprada em garrafinhas.

Laudos e mais laudos são pedidos e poucos divulgados. Quando algum chega, a informação é de que é apenas preliminar e que se aguardam novos laudos. Se fizeram, ainda não divulgaram um estudo de quais regiões da cidade estão concentrados os casos, qual o comportamento dos adoentados (se bebem água da torneira, se se banham em rios ou cachoeiras, se compram garrafinhas de água no mercado), tampouco outra opção de contaminação que não seja a água.

A Sanepar jura de pés juntos que a água que fornece à população é limpa e segura. Mas, na dúvida, melhor ferver a água, recomendam técnicos da vigilância estadual e municipal e até federal.

Pelo que se sabe desse tipo de surto, dos casos de diarreia e vômito que lotam as unidades de saúde até que comecem a morrer por conta desse protozário é um passinho. Isso se já não há vítimas desse micro-organismo, já que os danos que ele causa não são remetidos prioritariamente a ele e esses casos podem passar batido pelas autoridades de saúde.

O que sabemos, de fato, é que pagamos, e caro!, pela água que consumimos, isso sem contar a série de tributos diversos que vão para o poder público. O mínimo que podem e devem fazer por nós é contarem exatamente o que está acontecendo.