Opinião

Desemprego volta a crescer e desalento é recorde

Por Carla Hachmann

Voltamos a ultrapassar o cruel contingente de 13 milhões de desempregados no País. A taxa de desemprego no trimestre que terminou em fevereiro foi de 12,4%, conforme divulgou nessa sexta-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A população desocupada soma 13,098 milhões.

Além do aumento de 0,4 ponto percentual da última estatística, houve recorde no total da população desalentada, aquela que não consegue trabalho, ou não tem experiência, ou é muito jovem ou muito idosa, e por isso fica fora da força de trabalho.

O Brasil tinha 4,855 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em fevereiro, maior número da história. Em um ano, 275 mil pessoas a mais caíram no desalento. Em relação ao trimestre encerrado em novembro de 2018, o resultado significa 150 mil desalentados a mais.

Apesar do lento crescimento nas contratações, na comparação com novembro de 2018, o mercado de trabalho fechou 1,062 milhão de vagas totais no trimestre encerrado em fevereiro.

Continuamos a nadar contra a corrente. Em outubro, o Estadão noticiava que o time econômico do candidato Jair Bolsonaro (PSL) ao Palácio do Planalto tinha como meta a criação de 10 milhões de empregos em quatro anos, sendo 6 milhões gerados nos dois primeiros anos de governo, e 4 milhões nos dois anos seguintes, caso o candidato fosse eleito no próximo dia 28 de outubro. Para isso, a ideia era incentivar com medidas que não tenham impacto fiscal setores com intensiva mão de obra, como a construção civil.

Bom, passado o primeiro trimestre do mandato, tomara que o governo consiga começar a pôr em prática essas medidas. Quanto mais tempo esperar, maior vai ser o estrago para se recuperar.