Após muito desentendimento, roupa suja lavada pelas redes sociais, cotoveladas e assopros, chegou a hora de o Governo Bolsonaro medir de vez sua relação com o Congresso Nacional.
Desta vez, não há espaço para a jogada da “velha política” ou tentar desviar a conversa. Ou dá ou não dá.
A semana é decisiva para o início da votação da reforma da Previdência. E o governo já adiantou: sem ela, não haverá dinheiro para quase nada neste segundo semestre. Embora, os efeitos práticos da reforma devam começar a serem sentidos só daqui uns dois ou três anos.
De qualquer forma, é preciso fazer passar. Aprovada na semana passada, na comissão especial, a proposta de emenda à Constituição (PEC 6/19) vai a plenário nesta terça-feira (9).
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que tem sido um protagonista em todo esse processo, não esconde a preocupação: “Vamos viver uma semana decisiva. O grande desafio nosso é a votação no plenário. Temos que mobilizar um número enorme de parlamentares, deputados, deputadas, para um tema que é fundamental e decisivo, mas a gente sabe que foi uma construção”, disse em um podcast publicado em suas redes sociais.
Segundo o presidente da Câmara, a elaboração do texto que vai a plenário se deve “à capacidade de diálogo” e ao “equilíbrio” do Congresso.
Desde os desentendimentos públicos com o presidente Jair Bolsonaro, Maia tem se distanciado do governo e tenta chamar para o Legislativo a responsabilidade: “A construção da vitória, se acontecer, será uma construção do Parlamento, não será uma construção do governo. O governo ajuda. O governo, em alguns momentos, atrapalhou, mas tem ajudado nas últimas semanas. Mas precisa ficar claro, nesse processo – exatamente para que os deputados tenham conforto para votar -, que o resultado desta semana será o resultado do esforço, do trabalho e da dedicação de cada deputado e de cada deputada”.