Há alguns anos vem sendo observado um movimento perigoso ao redor do mundo. À exceção dos governos ditadores, onde a imprensa livre é fechada à força, em várias sociedades democráticas um ataque sucessivo e com características similares vem crescendo para derrubar a credibilidade da imprensa frente à opinião pública.
Nos Estados Unidos, ainda no início do Governo Trump, mais de 200 jornais assinaram documento conjunto em uma união inédita para alertar às pessoas a campanha difamatória que vinham sofrendo por meio de fake news e até por ataques diretos do próprio presidente.
Nesse caso, a intenção parece bastante clara: desacreditar a imprensa para tirar a força das denúncias contra seu governo e seus atos. Por lá, a batalha tem sido constante, mas a imprensa tem sobrevivido e o jornalismo continua sendo respeitado, pelo menos pela maior parte da população.
Na América do Sul esse movimento também não é inédito. Na vizinha Argentina, especialmente no Governo Cristina Kirchner, os ataques à imprensa foram intensos, inclusive com intervenções físicas de grandes veículos, como o Clárin, na tentativa de calá-lo.
Na Venezuela não chega a causar surpresa que hoje exista apenas um grande grupo de informação e que é controlado pelo Governo de Nicolás Maduro.
Por aqui, anda no governo petista, a imprensa brasileira começou a ser atacada ante a série de denúncias trazidas à tona pela Lava Jato. Condenou-se a imprensa pela prisão de colarinhos brancos, pelo impeachment de Dilma Rousseff e até pela condenação e prisão do ex-presidente Lula. Como se os jornalistas e os jornais tivessem criado as propinas cujo pagamento foi admitido pelos próprios pagadores, já condenados e até presos.
A quem interessa uma imprensa fraca e sem credibilidade? Essa é uma pergunta que todos devemos nos fazer.
Por Carla Hachmann