São Paulo – O dólar ultrapassou os R$ 4,19 ontem (27) e, mesmo com atuação do BC (Banco Central), terminou o dia cotado a R$ 4,1575, ganho de 0,43%, quarta alta consecutiva. É a maior cotação da moeda americana em mais de 11 meses – desde 14 de setembro de 2018. Em agosto, o dólar já acumula alta de 8,84%.
O avanço da divisa levou o BC a promover leilão de moeda no mercado à vista, com lote mínimo de US$ 1 milhão, o que provocou desaceleração instantaneamente.
As Bolsas de Nova York renovaram mínimas e o Ibovespa reduziu significativamente a alta. O principal índice da Bolsa brasileira terminou o dia aos 97.276,19 pontos, em alta de 0,88%.
O BC vendeu os dólares no leilão extraordinário, com taxa de corte de R$ 4,1250, sem informar o total ofertado. O dólar chegou a cair por alguns instantes, mas, logo voltou a ser negociado em alta.
O inesperado leilão foi uma estratégia correta, para atender uma demanda do mercado, avalia o responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem. “A alta do dólar estava muito agressiva, o BC tinha que entrar”, diz ele, ressaltando que a instituição está retomando a postura do passado, se mostrando mais presente.
A cautela com as incertezas do cenário internacional faz o dólar avançar ante praticamente todas as moedas emergentes. Além das dúvidas quanto à guerra comercial entre Estados Unidos e China e a desaceleração da economia mundial, pesaram no ânimo do investidor as questões domésticas, em meio a uma percepção de desgaste político do governo brasileiro, especialmente devido à crise na Amazônia.
Amazônia
Ontem, o presidente Jair Bolsonaro reuniu governadores da Amazônia Legal e criticou o avanço das áreas quilombolas e indígenas e sugeriu que essas áreas sejam exploradas economicamente. Já os governadores pediram que o governo aceite a ajuda externa oferecida pelo G7 (US$ 20 milhões) para o combate aos incêndios.
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