
Cascavel e Paraná - O auditório da Sociedade Rural do Oeste do Paraná será palco, nesta sexta-feira (7), do 2º Encontro de Produtores de Leite de Cascavel. A programação inicia às 9h30 e reunirá produtores, técnicos e profissionais do setor para uma manhã de troca de conhecimento e atualização sobre temas centrais à atividade leiteira.
Entre os destaques, o pesquisador do IDR-Paraná, Vanderlei Bett, apresentará a palestra “Nutrição de Precisão de Vacas Leiteiras: do confinamento ao pasto”, abordando estratégias modernas de manejo alimentar que equilibram produtividade, bem-estar animal e sustentabilidade. Na sequência, Rafael Leal, da APCBRH (Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa), tratará do tema “Produzindo mais leite e aumentando os lucros com animais registrados”, destacando a importância do melhoramento genético e da gestão de dados na pecuária leiteira.
“A proposta do encontro é valorizar o produtor e incentivar a adoção de tecnologias e práticas que fortaleçam a cadeia produtiva do leite na região, reconhecida como uma das mais representativas do Paraná”, destaca o presidente da Sociedade Rural do Oeste do Paraná, Devair Bortolato, o Peninha. O evento integra a programação oficial da Sociedade Rural do Oeste do Paraná e reforça o papel de Cascavel como polo de referência no agronegócio e na difusão de conhecimento técnico.
Lei Estadual
O governador Ratinho Junior sancionou nesta semana a lei 22.765/2025 , que proíbe a reconstituição de leite em pó e outros derivados de origem importada no Paraná. A nova legislação visa apoiar os produtores contra a competição desfavorável em relação às importações, que chegam ao mercado com custos menores, e teve aprovação unânime na Assembleia Legislativa.
O objetivo geral da nova legislação é proteger a cadeia leiteira no Estado, garantindo maior transparência ao consumidor paranaense. A lei determina que “fica proibido, no Estado do Paraná, quando de origem importada e quando o produto resultante for destinado ao consumo alimentar, a reconstituição por indústrias, laticínios e qualquer pessoa jurídica, de leite em pó; composto lácteo em pó; soro de leite em pó; e outros produtos lácteos”.
Com a nova legislação, ainda será possível a comercialização de produtos importados, desde que diretamente ao consumidor final e para uso doméstico, comercializados em embalagens próprias para o varejo e rotulagem seguindo as normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
“O Paraná é um dos principais produtores de leite do Brasil, com milhares de famílias dependendo dessa atividade econômica, e tem uma indústria muito forte. É uma medida que vai assegurar mais competitividade e atende um anseio dos produtores e das federações”, afirma o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Márcio Nunes.
Produção paranaense
O Paraná tem a segunda maior bacia leiteira do Brasil, com 15,7% de participação, atrás apenas de Minas Gerais, com 23,8%, e à frente de Santa Catarina, que aparece em terceiro lugar. Segundo dados da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, do Leite, do Couro e da Produção de Ovos de Galinha, foram produzidos no Paraná 3,9 bilhões de litros de leite em 2024.
Já em 2025, a produção de leite alcançou 1,005 bilhão de litros no 1º trimestre e 1,017 bilhão no 2º trimestre, totalizando 2,022 bilhões neste ano. Do volume total produzido, 99,8% foi destinado à industrialização. Com o resultado, o Estado completa quatro trimestres consecutivos acima da marca de 1 bilhão de litros de leite adquiridos e industrializados.