Corria o treino da seleção olímpica e algumas centenas de torcedores gritavam “libera, libera” na porta do Bezerrão, estádio do Gama. Após os jogadores encerrarem um trabalho técnico de finalizações, quando preparavam-se para a parte tática do treino, os portões foram abertos. No entanto, uma curiosidade chamou atenção: a torcida absolutamente silenciosa.
Ouvia-se cada toque na bola, o som do chute, da bola batendo na rede. A razão foi logo explicada pela CBF. O treino estava programado para ser fechado mas, como forma de permitir o acesso da torcida, foi feito um pedido para que o público não fizesse barulho durante o treino tático. A comissão técnica temia que a comunicação com os jogadores, durante as orientações sobre posicionamento, fosse atrapalhada. O treino da tarde desta terça-feira foi, até aqui, o único trabalho tático antes da estreia.
– Foi no portão, pediram para a gente não fazer bagunça para não atrapalhar – contou Gláuber Francisco, marceneiro que, no momento, está desempregado.
O pedido foi transmitido ao comando do policiamento e a orientação, passada aos torcedores na entrada. E a torcida seguiu à risca, respeitou integralmente o acordo. O Bezerrão tinha gente,mas era tomado por um silencioso sepulcral.
Na parte final do treino, encerrada a parte tática do trabalho, os gritos seriam permitidos.
