Esportes

Jogadores da seleção brasileira masculina de vôlei não devem ir a Cerimônia de Abertura

RIO – Apesar da comissão técnica da seleção brasileira masculina de vôlei ter liberado os atletas para curtir a festa de abertura dos Jogos Olímpicos, nesta sexta-feira, no Maracanã, a orientação é para ter bom senso. Quem se recupera de alguma contusão, está em algum tratamento ou sente dores não deve ir. Isso porque, segundo o técnico Bernardinho, eles ‘foram orientados” a não ir por causa das mais de sete horas de duração, entre a saída da vila até o retorno após a festa.

Bernardinho disse que preocupa a dinâmica da viagem. E que foram aconselhados, pela organização, a não ir.

– Não vou obrigar ninguém a não ir. Já fui jogador e não é por aí. Alguns jogadores com problemas aqui e ali não irão. Não podem ir – contou o técnico. – Não gostaria que fossem (os outros), mas vou entender se forem. Porque é cansativo. E muitas vezes os atletas veem pouco da beleza do espetáculo. A minha função não é determinar certas coisas ou obrigar, mas sim orientar. Não são crianças e a decisão é de cada um. Só que no dia seguinte terão de treinar de manhã e bem.

Assim, alguns atletas ainda não decidiram se vão ou não. Outros já sabem que vão se privar. Caso de Walllace, que teve um problema na lombar no último torneio, e “prefere não arriscar”. O líbero Serginho, de 40 anos, o mais velho do grupo, também disse que não vai. Ele está na quarta Olimpíada.

– Eu não quero ir não porque sei que é um desgaste muito grande. Se fosse só desfilar e voltar, uma hora ou uma hora e meia, tudo bem. Mas são cerca de sete horas. Com os meus parafusos não consigo ficar muito tempo em pé – brinca Serginho, que já fez operação na coluna. – Lembro que em Pequim, em 2008, eu deitei na grama. O pessoal fez uma cabaninha e eu fiquei deitado e com dor nas costas. O Gustavo (ex-central) levou baralho e a gente jogou truco no meio da cerimônia…

Serginho disse que ao entrar no Maracanazinho, nesta quinta-feira, para o reconhecimento do local de jogo, ele pensou que “está velho!”.

– Tenho de entrar com o espírito de Jogos Abertos. Se pensar que é Olimpíada… Estou feliz. A responsabilidade é enorme mais o grupo entendeu o que é isso aqui. Quando colocaram a credencial, entraram, na Vila, sentiram. Ver os olhos desses caras mais velhos, mas que estreiam em Olimpíada brilhar…

O estreante Evandro disse que ainda vai pensar se vai para a festa ou não.

– Não sei ainda. Estou com muita vontade de ir mas não sei ainda – falou o jogador, que tem dúvida por causa do treino no dia seguinte de manhã. – Quem tem uma dorzinha a mais, é melhor ficar descansando.

Lucão disse que não vai. Mas queria muito ir. e pelo tom da declaração pode mudar de ideia.
– Não sei. Queria muito ir. Fui em Londres e foi uma experiência bacana. Mas informaram a gente que pode durar até sete horas e meia o translado todo. E no outro dia tem treino cedo. Vou pensar. Por mim sim, eu iria. Estou no Brasil e quero ver essa festa.

Lucão ainda brincou que já encontrou com o irmão Pau Gasol, jogador de basquete da Espanha, que é parecido com ele, na Vila Olímpica. O Brasil entrou na Vila nesta quarta-feira.

– Já encontrei com ele ontem e falei: “E aí, irmão?” Troquei uma ideia. E daqui a pouco começarão as fotos. Em Londres eu tirei mais foto com o povo achando que eu era o Pau Gasol do que por eu ser o Lucão. Gente da Somália, que não tem tradição no vôlei, veio tirar foto comigo?