O corpo de Muhammad Ali, morto na noite de sexta-feira aos 74 anos, foi recebido com muitas homenagens em Louisville, cidade natal da lenda do boxe, na noite de domingo. As despedidas continuam nesta segunda-feira, quando acontecerá o funeral de Ali na cidade, com a presença de personalidades como o ex-presidente dos EUA Bill Clinton e o ator americano Billy Crystal.
Um avião particular transportou o corpo do ex-boxeador desde Arizona, onde Ali faleceu na sexta em decorrência de um choque séptico, até Louisville. Parentes compareceram a uma cerimônia de duas horas na Igreja Batista Rei Salomão, próxima à casa da família na cidade.
Ali também foi homenageado com um ritual ecumênico no Centro Islâmico de Lousville. O boxeador, nascido Cassius Marcellus Clay, se converteu ao islamismo na década de 1960, quando mudou de nome.
As homenagens se estenderam ao Centro Muhammad Ali, um museu construído em Louisville para reunir memórias da carreira e da vida pessoal do antigo campeão olímpico e mundial de boxe. Admiradores levaram flores e retratos do pugilista, que somou 56 vitórias ? das quais 37 foram por nocaute ? e apenas cinco derrotas na carreira. Por mais de três décadas, Ali sofreu do Mal de Parkinson, uma doença degenerativa que afeta os neurônios.
A cidade natal de Muhammad Ali foi palco de um dos episódios mais lembrados em sua luta por igualdade racial. Em 1960, após conquistar sua medalha de ouro na Olimpíada de Roma, o boxeador entrou em um restaurante cheio de brancos, pediu por um hambúrguer, mas não foi atendido. Decepcionado, ele jogou a sua medalha no Rio Ohio, segundo sua biografia.
À época, ainda Cassius Marcellus Clay, o lutador anunciou sua conversão ao islamismo e mudou o nome para Muhammad Ali. Em 1967 foi proibido de lutar e teve seus títulos anulados por se recusar a servir o Exército e ser contra a Guerra do Vietnã. A Suprema Corte anulou as punições em 1970.
