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Arquibancada vira palco e beijo gay faz sucesso no Maracanã

05080 - POVAO.jpgRIO – Primeiro, veio o beijo gay. Flagrado por câmeras na plateia e exibido num telão, poucos minutos antes do início da cerimônia de abertura dos Jogos do Rio. O beijaço esquentou o público, que já estava excitado à espera do espetáculo: aplausos incendiários arrepiaram o Maracanã. E aquele era só o início do clima de paixão que arrebataria as cerca de 45 mil pessoas ao longo da noite.

? O espetáculo foi maravilhoso, conseguiu unir o povo num só ideal, o do amor. Estava todo mundo sentindo só amor, não tenho dúvida ? emocionou-se a carioca Silvia Câmara, toda paramentada de verde e amarelo.

O clima festivo deixou o público de pé a maior parte do tempo, ora aplaudindo, ora gritando, muitas vezes chorando. A plateia, com suas tradicionais olas e o espetáculo luminoso das lanternas dos celulares, se tornou uma das atrações da cerimônia de abertura. Delegações no Maracanã

? O que mais gostei foi da belíssima apresentação da História do Brasil. Todo mundo conhece, mas a favela o tempo todo acesa, como cenário principal, foi uma mensagem simbólica muito forte ? declarou o empresário de turismo argentino Matias Carey, que veio com a mulher especialmente para a Rio-2016.

FRAGILIDADE NO DISCURSO ECOLÓGICO

O público veio abaixo em momentos como a execução da música ?Garota de Ipanema??, o voo do 14 Bis e as muitas projeções luminosas. A MC Sofia, rapper de 12 anos, também foi muito comentada. Festa de abertura da Olimpíada do Rio

? Ela é o Brasil todo! Como é segura e alegre ? vibrava o contador Jorgeano Silveira, de 29 anos, que veio do Recife acompanhar as partidas de basquete, seu esporte preferido.

Mas, como toda paixão tem seus altos e baixos, o público também fez críticas:

? Achei muito feio não chamar os autores do ?Rap da felicidade??, Cidinho e Doca, para cantar a música deles. Era para exaltar a favela ou não? O batidão foi fraco ? comentou a carioquíssima Mariel Robson, 32 anos, fã de funk.

Outra crítica que surgiu entre grupos de amigos na plateia foi o que chamaram de momento ??mudinha??, quando atletas foram convidados a plantar sementes de árvores nativas brasileiras para a formação da futura Floresta dos Atletas. A cerimônia oficial dentro do Maracanã

? Plantar mudinha é um discurso ecológico um pouco fraco como legado, já que nem sequer despoluímos a Baía de Guanabara, como tinha sido prometido ? reclamou o professor de Educação Física Carlos Novaes Neto.

Mas, ao fim do espetáculo, o que se viu foi muita emoção, com direito a lágrimas.

? Amei as músicas escolhidas, e a forma como contaram a história da nossa colonização. Chorei umas três vezes, e acho que até o fim da Olímpiada, vou chorar muito mais ? declarou, ainda emocionado, o administrador de empresas Gilberson Cavalcante.