Uma semana de interação e troca de conhecimentos. Na sua 14ª edição, o curso de Biomedicina comemora mais uma Semana Acadêmica, com discussões de assuntos específicos da atuação profissional e do mercado de trabalho.
Um dos convidados de destaque foi o médico patologista Fábio Negretti, que atua em laboratório de prevenção e diagnose e também é professor. O médico compartilhou sua experiência com biologia molecular dos tumores. “O número de tumores aumenta em larga escala. A população brasileira está envelhecendo e isso traz as neoplasias. Câncer não é uma doença única, é um grupo infinito de doenças e cada uma tem tratamento específico”, afirmou.
O especialista salienta que o avanço da tecnologia tem mostrado que o tratamento específico para o câncer está relacionado à biologia molecular e aos alvos alcançados por novas drogas: “Estamos vivendo um momento revolucionário da terapêutica, que é personalizada, na qual consegue direcionar a droga para o tipo de tumor, uma transição entre informação do tumor com informação genética”.
Outro convidado é representante do Conselho Regional de Biomedicina, 6ª região, Bruno Herrera de Souza. O profissional apresentou uma área de atuação do biomédico – o procedimento de perfusão extracorpórea, realizado na cirurgia cardiovascular.
Segundo detalha, para ser perfusionista, o biomédico precisa ter especialização em perfusão e, para ter habilitação pelo Conselho, exige um curso de no mínimo 1.200 horas.
“Hoje tem sido trabalhado, em todo o País, pela SBCEC [Sociedade Brasileira de Circulação Extracorpórea], a regulamentação nos cursos formadores e especialistas em perfusão, com exigência de prova de títulos e cursos regulamentados; esses serão requisitos para a atuação como perfusionista”, sinaliza.
Estimulação cardíaca artificial foi também tema de bastante interesse e curiosidades. A palestra foi ministrada pelo biomédico Leomar Zeferino de Almeida, que enalteceu o papel do biomédico nas situações de pré e pós-implante. “Nessa área, o profissional biomédico trabalha junto com a equipe médica – no diagnóstico, no procedimento, para fazer a localização adequada dos eletrodos dentro do coração, no acompanhamento e na avaliação da evolução dos parâmetros de implante, em verificações diagnósticas de possíveis arritmias, que o médico possa tratar”, esclarece.
Também esteve presente a biomédica Ana Lúcia Girello, abordando os desafios da rotina laboratorial em imuno-hematologia, chamando a atenção para que testes imuno-hematológicos sejam bem realizados e a importância disso no laboratório. “Fazer o diagnóstico desse paciente com anemia, leucemia ou qualquer doença que pressuponha o suporte hemoterápico deve ser anterior à transfusão, passar pelo diagnóstico clínico, assim como os pré-natais de imuno-hematologia, que também não são feitos de forma efetiva, há falta de diagnóstico”, observou.
Com um campo vasto de atuação profissional, o evento recebeu, ainda, o biomédico Eric Barione, que falou sobre a área em que é doutor toxicologia.