A campanha Setembro Amarelo traz reflexões para a prevenção ao suicídio. Na Universidade Paranaense – Unipar, acadêmicos e funcionários estão mobilizados para a temática, considerada de grande relevância. Organizada pela Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), na última semana, os colaboradores assistiram à palestra com a psicóloga Ana Paula Gargantini, responsável técnica do CPA (Centro de Psicologia Aplicada) da instituição.
Dentro do contexto, a psicóloga explorou mitos e verdades. Segundo observa, o suicídio ou a tentativa é uma forma de a pessoa comunicar que não está bem, é um pedido de ajuda. “O suicídio é um sofrimento e não uma doença, assim, trata-se de um assunto de saúde pública. E, como ajudar a passar por esse sofrimento?”
A profissional explicou que é preciso falar sobre e entender o que está acontecendo na sociedade para que os números tenham aumentado. Disse ainda que é importante pensar como a mídia pode informar, contribuindo para a conscientização e não o alarde.
“O ato indica um sofrimento e precisamos olhar para o sofrimento do outro e não julgar, pois ele é algo da vivência e da existência, ninguém está imune, assim como sentimos alegria, tristeza, medo, felicidade, entre outros”, disse.
Também desmitificou que nem sempre a pessoa quer morrer, mas sua intenção é acabar com a dor. Nesse sentido, falou sobre alguns sinais de risco, demonstrando desesperança, desespero e desamparo: “É fundamental estar atento à diminuição ou à ausência de autocuidado, mudança alimentação ou hábitos do sono, abuso álcool e drogas, Isolamento da família e amigos, assim como algumas frases negativas e a autoagressão”.
Sobre a responsabilidade de cada um em ajudar, Ana destacou a importância da gentileza, da compaixão e do cuidado. “Para acolher não precisa dar respostas, resolver o problema do outro, mas validar o que a pessoa fala, valorizar o sujeito, ouvi-lo com respeito, seriedade e empatia”, afirmou.
Para encerrar, fez uma analogia: “O que você faria se encontrasse alguém ferido, sangrando, com dor?” E provocou a reflexão: “Que tipo de seres humanos estamos vislumbrando, sujeitos ou máquinas?”
A quem precisa de ajuda, a psicóloga lembrou que o CPA tem porta aberta para acolhimento. Não hesite em procurar ajuda.