Você sabe quanto custa um prato de merenda escolar para uma prefeitura? Responder essa pergunta foi o desafio de quatro alunas do curso de Ciências Contábeis da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná). O projeto faz parte da disciplina de Estágio Supervisionado e ocorreu dentro da Cozinha Social (Unidade Central de Produção de Alimentos) da cidade de Toledo.
Para que fosse possível realizar a pesquisa, o orientador, professor Clóvis Fiirst, e as alunas fizeram todo o levantamento dos custos com base no ano de 2016. O estudo foi aplicado na Secretaria de Educação e Administração de Toledo durante o período letivo de 2017. A Cozinha Social do município é responsável pelo fornecimento da alimentação das escolas municipais. As estudantes tiveram que elaborar, aplicar e analisar uma ferramenta gerencial chamada Sistema de Informação de Custo.
Saber o custo de algum objeto faz muita diferença na hora da tomada de decisões, e quando se trata do setor público, isso parece ainda mais pertinente, pois envolve recursos públicos. “Esse é um tema pouco discutido no cenário público. Não temos muitas pesquisas nessa área, o Governo Federal já deu um pontapé inicial, mas os estados e municípios ainda não têm essa ferramenta funcionando”, explica o professor Clóvis Fiirst.
O objetivo da pesquisa foi criar uma ferramenta que levantasse os custos gerados para que depois as estudantes pudessem avaliar o resultado e apontar medidas de redução de custos ou melhor aplicação dos recursos. “A discussão é essa: a elaboração de metodologias dentro do setor público relacionadas a custo e essa informação gerada, que agora o município tem”, esclarece o orientador do projeto.
Para se ter uma ideia, a administração pública estava realizando um estudo paralelo para terceirizar a merenda escolar. O estudo da Unioeste deu subsídio para a nutricionista da Cozinha Social avaliar essa possibilidade. A conclusão é que ainda compensa manter essa estrutura para produzir e distribuir a merenda. “Por que essa informação é importante para o gestor público? Para que ele possa planejar os orçamentos. O prefeito tem responsabilidades de eficiência na qualificação do processo do gasto público”, ressalta Fiirst.
Além de toda informação gerada para o município, o projeto representa um passo importante para a comunidade científica na avaliação do professor, que defende a contribuição prática que a universidade pode dar à sociedade. “Isso é resultado do capital humano da universidade que tem uma contribuição social muito grande”, conclui.