Cotidiano

Toledo busca formas de aproveitar ferrovia que cortará cidade

Neuroci Frizzo, que já presidiu a Ferroeste, destacou a importância da obra para a região

Ferroeste ultrapassa marca de mil contêineres transportados.Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
Ferroeste ultrapassa marca de mil contêineres transportados.Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

Toledo – A Nova Ferroeste, estrada de ferro com 1.285 quilômetros que vai ligar Maracaju, no Mato Grosso do Sul, ao Porto de Paranaguá, no litoral paranaense, dando origem a um dos mais importantes corredores de exportação do País, vai passar por Toledo, informou o presidente da Ferroeste, André Luiz Gonçalves, em reunião realizada esta semana com líderes locais, entre eles o prefeito de Toledo, Beto Lunitti.

O encontro foi promovido com o intuito de o Município apresentar suas potencialidades e a ferrovia, por sua característica que é o transporte de cargas, atender às necessidades da logística da produção agroindustrial de Toledo e região. O secretário do Desenvolvimento Econômico de Toledo, Diego Bonaldo, expôs a importância de um terminal de transbordo, pois a agropecuária toledana detém o maior rebanho suíno do Paraná e se consolida como uma das maiores produtoras de proteína animal no País.

Além disso, Toledo produz 4,8% de toda a ração distribuída no território nacional. “Isso demanda a chegada de muitos produtos importados. Também temos a Prati Donaduzzi, empresa de grande movimentação na chegada de insumos”.

O secretário de Planejamento e Urbanismo, Neuroci Frizzo, que já presidiu a Ferroeste, destacou a importância da obra para a região: “Apesar do anúncio do investimento também no terminal em Cascavel, a possibilidade de implantação do pedágio na região pode encarecer a logística das empresas de transporte rodoviário”.

O próximo passo será a realização de um novo encontro, no dia 28 de abril, desta vez apresentando, por meio de dados e vistorias técnicas, o potencial do setor produtivo de toda a região, incluindo Marechal Cândido Rondon, Assis Chateaubriand, Palotina, e outros municípios. “É preciso convencer que temos demanda que justifique a adoção de um terminal de transbordo em nossa região, mais precisamente em Toledo”, reforçou o prefeito Beto Lunitti, que solicitou ao Gabinete dados relacionados a toda a cadeia produtiva.

O investimento estimado em R$ 20 bilhões vai mudar drasticamente a estratégia logística nacional, a começar pela redução do chamado custo Brasil. Estudos preliminares de demanda e traçado apontam para uma queda de 27% nas operações de exportação com a troca do modal rodoviário pelo ferroviário. “Esse cenário de melhoria no custo da produção precisa ser aproveitado por nossa região, por isso queremos sensibilizar a todos os envolvidos no processo sobre a necessidade de instalação de um terminal para nos atender de forma mais próxima”, comentou Beto.

Novo terminal

A proposta toledana de abrigar um terminal ferroviário vem ao encontro de algumas necessidades da própria região. Segundo o presidente da Ferroeste, André Gonçalves, o terminal de Cascavel vai passar por um processo de estudo de viabilidade técnica específico, com a intenção de melhorar, entretanto, existe a limitação de ampliação devido ao conflito com a área urbana de Cascavel. “Podemos pensar em Toledo com um ponto de várias conexões ou até mesmo um terminal de transbordo importante, mas que possa, de certa forma, atender um raio mais estreito, um raio mais curto, de 50 quilômetros, atendendo a microrregião”.

Gonçalves ponderou que o estudo e a análise de potencialidades serão levados em conta na montagem do processo para os investimentos. “Acho que esse posicionamento é o ideal. Porque, quando for para leilão, o investidor que vai assumir esse investimento de construir uma ferrovia e depois operar terá clareza do potencial que esta região tem e esse nosso papel. Temos que saber trabalhar esses dados até porque ele vai conferir. Então, já vamos antecipar para ele o que tem. Então aqui a gente precisa fazer algo diferente para atender esta demanda”, concluiu.