
Devem ir ao Palácio do Planalto os ministros Alexandre de Moraes (Justiça), Raul Jungmann (Defesa), Grace Mendonça (Advocacia-Geral da União), José Serra (Relações Exteriores), Dyogo Oliveira (Planejamento), Eliseu Padilha (Casa Civil), Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional) e Torquato Jardim (Transparência). O grupo é denominado ?núcleo institucional?, e não era convocado havia meses.
No Planalto, busca-se minimizar o fato de Temer não ter se manifestado oficialmente. Um auxiliar disse que não há necessidade de o presidente fazer declarações sobre o caso, porque ele delegou ao ministro da Justiça a missão de cuidar dos desdobramentos da rebelião. A justificativa é que o ministério se manifesta pela Presidência. Outro assessor afirmou que seria prejudicial levar a crise para o Palácio do Planalto.
? O presidente não tem que se manifestar sobre tudo. Ele deu ao ministro da Justiça a missão de acompanhar, no local, o que houve e o que pode ser feito. A manifestação do presidente são as ações que ele está tomando ? disse esse auxiliar do presidente, citando que, no fim do ano passado, o governo liberou R$ 1,2 bilhão do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) para que os estados investissem na melhora da infraestrutura das prisões. Para o Amazonas, foram liberados R$ 44 milhões.
Entretanto, no último domingo, quando 12 pessoas foram mortas em Campinas por um auxiliar de laboratório, que matou o próprio filho e se matou em seguida, Temer usou o Twitter para se solidarizar às famílias das vítimas. ?Lamentamos profundamente as mortes ocorridas em Campinas, Manifestamos nosso pesar junto às famílias. Que 2017 seja um ano de mais paz!?, postou o presidente.
Desta vez, Temer não fez declarações. Somente o massacre do Carandiru, em São Paulo, em 1992, supera o do presídio de Manaus em número de mortos.
Ontem, Temer recebeu Alexandre de Moraes fora da agenda oficial. O ministro da Justiça tratou do caso com o presidente. No entanto, os possíveis encaminhamentos só deverão ser tomados na reunião de hoje.
Desde que assumiu o Planalto, há oito meses, Temer costuma se manifestar por notas oficiais após mortes. Isso aconteceu nos últimos três meses, por exemplo, após o acidente com o time da Chapecoense, a morte do arcebispo emérito de São Paulo Dom Paulo Evaristo Arns e do ex-presidente e ex-primeiro-ministro israelense Shimon Peres. Apesar do silêncio sobre o massacre em Manaus, Temer foi ativo no Twitter: só ontem, foram cerca de 15 mensagens publicadas.