Cotidiano

Suspensão de tarifa de importação do Egito deve beneficiar carne de frango do Brasil

Palotina - 10-10-2020 - Cooperativa C Vale - Industria de Aves e Tilapia  - Foto : Jonathan Campos / AEN
Palotina - 10-10-2020 - Cooperativa C Vale - Industria de Aves e Tilapia - Foto : Jonathan Campos / AEN

O Governo do Egito anunciou esta semana a suspensão da tarifa para a importação de carne de frango, o que deverá impactar diretamente no fluxo dos embarques de produtos brasileiros para o mercado do norte da África, informa a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).  Conforme comunicado divulgado pelo Governo Egípcio, a suspensão da tarifa MFN (válida para todos os países), que era de 30%, foi zerada pelo período de 6 meses para frango inteiro – que é o principal produto enviado pelo Brasil para esse mercado.

O Brasil é o principal fornecedor do produto para o mercado egípcio, com mais de 90% de participação sobre as importações do país do norte africano. “Com a suspensão da tarifa, a expectativa é que o produto brasileiro fique mais competitivo, complementando a oferta local, que tem sido impactada pelos efeitos da Influenza Aviária em seu território e pelos aumentos dos custos de produção”, avalia Ricardo Santin, presidente da ABPA.

O Egito está entre os 20 maiores importadores de carne de frango do Brasil. Entre janeiro e setembro, aquele mercado importou 50 mil toneladas do produto, gerando receita de US$ 107,7 milhões no período. “Historicamente, o mercado egípcio é um relevante comprador de frango inteiro do Brasil, especialmente as faixas mais pesadas. Essa melhoria das condições tarifárias para o acesso àquele mercado se soma à recente abertura para exportações de carne de frango à Argélia, que tem perfil de consumo parecido, possibilitando novas oportunidades para os exportadores brasileiros”, ressalta Luís Rua, diretor de mercados da ABPA.

 

Argélia

A carne de frango brasileira vai chegar ao mercado argelino. O Itamaraty confirmou na quinta-feira (12), em Brasília, que o Brasil e a Argélia concluíram  negociações para a abertura do mercado daquele país à carne de frango brasileira. Isso foi possível, segundo a pasta, “após a revisão de certificados e auditorias que subsidiaram a análise e o estabelecimento de requisitos fitossanitários para importação do produto nacional”.

O Brasil é o maior exportador e o segundo maior produtor de carne de frango no mundo, consolidando-se como um fornecedor confiável e competitivo, que destina 36% da produção nacional ao mercado externo.

 

Integração

De acordo com o Itamaraty, a abertura do mercado argelino é resultado do trabalho integrado entre o Ministério da Agricultura e Pecuária e o Ministério das Relações Exteriores. As exportações brasileiras do produto em 2023 atingiram, até agosto, US$ 6,73 bilhões, número 5,5% superior ao total alcançado no mesmo período de 2022.

No ano passado, o Brasil exportou US$ 9,52 bilhões de carne de frango, com embarque de 4,6 milhões de toneladas para 170 mercados. Os principais mercados importadores da carne de frango brasileira são China, Japão, Emirados Árabes e Arábia Saudita.

Foto: Arquivo/AEN

 

 

Exportações do agronegócio em setembro foram de US$ 13,71 bi

As exportações brasileiras de produtos do agronegócio foram de US$ 13,71 bilhões em setembro de 2023, uma cifra praticamente idêntica à exportada em setembro de 2022. O valor correspondeu a 48,2% das exportações totais do Brasil. Dados da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária indicam que o resultado de setembro foi fortemente influenciado pelo recuo do índice de preços dos produtos exportados. Por outro lado, a safra recorde de grãos de 2022/2023 possibilitou um aumento de volume exportado pelo Brasil. Soja em grãos, milho e açúcar são, para os analistas da SCRI, os produtos que merecem destaque no mês.

As exportações de soja em grãos atingiram volume recorde para os meses de setembro, com 6,4 milhões de toneladas. Esta quantidade embarcada é quase 60% superior ao exportado no mesmo mês de setembro do ano passado. A participação da China nas aquisições da soja em grãos exportada pelo Brasil subiu para praticamente 80% do volume exportado no mesmo período do ano passado. As vendas externas de soja em grãos alcançaram US$ 3,30 bilhões em setembro de 2023, com alta de 31,8%.

O outro destaque é o milho. As vendas externas de milho foram de US$ 1,98 bilhão ou mais de 95% do valor total exportado pelo setor. Este valor representou expansão de 10,2% na comparação com os US$ 1,79 bilhão exportados em setembro de 2022. Assim como para a soja, a China se tornou o principal mercado importador do milho brasileiro.

O terceiro produto com desempenho favorável em setembro foi o açúcar. Os preços internacionais do açúcar continuaram elevados em setembro, devido ao déficit hídrico registrado nas lavouras asiáticas e preocupações com uma possível quebra de safra. As exportações de açúcar brasileiro subiram de US$ 1,23 bilhão (setembro/2022) para US$ 1,60 bilhão (setembro/2023), alta de quase 30%.

O incremento dos preços médios de exportação em 21,7% é o principal fator responsável pelo aumento do valor embarcado, embora também tenha havido expansão do volume exportado em 6,3%. Os maiores importadores do produto é China (US$ 309,85 milhões; +12,3%); Egito (US$ 144,69 milhões; +240,7%); Índia (US$ 128,71 milhões; +561,5%); Indonésia (US$ 120,18 milhões; +73,3%).

 

Acumulado

Entre janeiro e setembro de 2023, as vendas externas do agronegócio brasileiro somaram US$ 126,22 bilhões, recorde histórico, que representa um crescimento de 3,6% na comparação com o mesmo período em 2022 (US$ 121,87 bilhões). As vendas de soja em grãos e milho foram os produtos que mais contribuíram para o desempenho favorável no acumulado do ano.