A falta de produtos de limpeza obriga servidores das UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) a usarem sabonete para higienizar consultórios e salas de internação. Situação que se repete nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde). Em vistoria ontem, o vereador Roberto Parra (MDB) constatou o problema que acarreta riscos aos pacientes. “Recebi a denúncia e verifiquei a situação. Estamos diante de casos confirmados de H1N1, com morte, e os servidores não conseguem sequer fazer a higienização correta das salas por falta de materiais. Estão usando sabonete e água para limpar as salas. Dessa forma, a população fica em risco”, alerta Parra.
Até sacos de lixo estão em falta para descartar os resíduos produzidos nas unidades. Além disso, há problemas nos estoques de produtos para atendimento médico. Faltam itens básicos como esparadrapo, fios para sutura, agulhas, conforme constata o parlamentar. “Falta soro fisiológico de 250 e 500 ml – estão usando embalagens com 1000 ml e descartando o que sobra”, afirma Parra.
Os servidores relatam que têm levado materiais de casa para manter parte dos serviços, como pilha para os aferidores de pressão.
A reportagem solicitou informações à Secretaria de Saúde, via Secretaria de Comunicação, mas até o fechamento desta edição não havia resposta.
Falta de zeladores
A sujeira em salas de aula levou professores da rede municipal a cobrarem a intervenção do MP (Ministério Público). Entre as situações mais graves está a Escola Municipal Mário Pimentel de Camargo, no Bairro Santos Dumont.
O vereador Fernando Hallberg (PPL) foi à instituição que tem 173 estudantes em sete turmas de manhã e 121 em cinco turmas da tarde. Há quatro zeladoras, mas duas só podem desempenhar atividades leves, como limpar mesas, recolher lixo e servir o lanche. “Os professores estão limpando algumas das salas, mas não dão conta do serviço”, relata o vereador.
Uma coordenadora pedagógica precisou assumir uma das salas devido à falta de professor e auxiliares e bibliotecário estão em falta.
A Secretaria de Educação informou que, no caso da Escola Mário Pimentel de Camargo, assim como em outras instituições com falta de servidores da zeladoria, tem encaminhado uma zeladora durante a semana.
Faltam no total 60 zeladores nas escolas e, segundo a Secretaria, um processo licitatório para terceirizar o serviço está em andamento, no mesmo formato aplicado na educação infantil. Além disso, estão sendo chamados aprovados em concurso conforme há vagas abertas.
Reportagem: Josimar Bagatoli