Um local apropriado para que os futuros ônibus elétricos do transporte coletivo urbano de Cascavel possam estacionar e recarregar. Esse é o objetivo do “Eletro Terminal” que foi projetado pela a Sesop (Secretaria Municipal de Serviços e Obras Públicas) e já está na fase de licitação do projeto que para contratação de uma empresa para sua elaboração devido a complexidade técnica. O novo terminal será construído ao lado do Terminal Oeste, entre o novo e o antigo, para facilitar logisticamente o sistema.
A equipe de reportagem do jornal O Paraná teve acesso exclusivo ao projeto que está em fase final de conclusão e segue para o Setor de Licitação da Prefeitura de Cascavel nos próximos dias. Pela proposta em construção, o espaço será um grande estacionamento para 15 ônibus, mas com capacidade de dobrar ou até triplicar a quantidade. Cada espaço terá apenas um poste de carregamento, já que o cabeamento será todo subterrâneo, seguindo o mesmo modelo já implantado na Avenida Brasil.
O secretário Sandro Rocha Rancy (Sesop) explicou que a ideia é licitar o projeto o quanto antes e, assim que estiver pronto, licitar a obra para que tudo esteja pronto o espaço até o fim deste ano, mesmo prazo dado pela a empresa que venceu a licitação dos ônibus elétricos para entrega dos veículos. “A ideia é termos o terminal pronto assim que os ônibus chegarem, já que será o local apropriado para que eles fiquem quando não estiverem rodando”, completou.
Nova rua
Outra novidade que promete melhorar o fluxo dos ônibus no Terminal Oeste, e que faz parte do projeto do Eletro Terminal, será a abertura de uma rua que ficará entre o Terminal Oeste e a nova estrutura para os ônibus elétricos. O objetivo é que os ônibus que atualmente saem do Oeste não tenham mais que descer até a Rua Presidente Juscelino Kubistchek para voltar a Avenida Brasil, mas que façam o contorno pela nova rua e já acessem a avenida, um percurso mais curto, liberando também o trânsito da região, principalmente na “JK”. que é bastante intenso nos horários de pico.
Segundo Rancy, para que toda essa obra saia do papel, devem ser investidos cerca de R$ 15 milhões, entre o projeto e as melhorias. Pelo projeto os ônibus ficarão estacionados lado a lado no Eletro Terminal. “O motorista vai chegar, colocar de ré o ônibus e plugar no poste. Será um local limpo apenas com os postes e cada um com o seu, sendo que, inicialmente, os ônibus serão carregados no período noturno, já de durante o dia estarão trafegando pelas as vias”, detalhou.
Mudança de tecnologia
O secretário lembrou que os ônibus elétricos trazem progresso para a cidade na questão da tecnologia do transporte público que reduzirá drasticamente o consumo de óleo diesel e passará a consumir “energia limpa”. Complementando ainda todo esse sistema, está em processo de licitação uma nova usina no Aterro Sanitário da cidade, no Distrito de Espigão Azul. Essa usina será de geração fotovoltaica, com previsão de gerar aproximadamente 2,5 mega whatts, produzindo “um pouco a mais” do que será consumido pelos ônibus que chegará à casa dos 1,5 mega whatts. “Como vamos jogar a energia no sistema, a geração terá que ser um pouco maior do que vamos consumir para financeiramente conseguir equilibrar as contas, visto que existem custos quando jogamos essa energia na rede”, completou.
15 ônibus comprados
A compra dos primeiros 15 ônibus elétricos foi assinada no dia 17 de maio, quando os novos veículos também foram apresentados, sendo que a empresa terá 12 meses para entregar os veículos, mas o Município espera que até o fim do ano os primeiros já estejam na cidade. A frota atual é de cerca de 150 ônibus e os novos então vão representar cerca de 10% dos veículos em atividade. A perspectiva do Poder Público é que em 10 anos toda a frota seja elétrica.
Cada ônibus tem cerca de 12 metros de comprimento e capacidade para 75 passageiros. Equipado com baterias totalmente elétricas, possui autonomia de 270 km e pode ser carregado em até 4 horas. Além disso, eles terão como ar-condicionado, conexão wifi e tomadas para recarga de celulares. No total serão 13 ônibus padrão e dois articulados que irão compor a frota. O custo dos ônibus é de R$ 43,2 milhões.
Segundo a presidente da Transitar, Simoni Soares, juntamente com os novos ônibus a empresa vai mandar um contêiner com peças dos ônibus, caso seja necessário a troca que será coordenada pela empresa que vencer a licitação para administrar o sistema, que também está em andamento. “É um marco de tecnologia, inovação e desenvolvimento. Estamos falando em sustentabilidade ambiental, econômica e social, trazendo para a população algo inovador, de qualidade, que vai transformar o transporte da nossa cidade”, ressaltou. (Da redação: Katúscia da Silva)
Foto: Paulo Eduardo/O Paraná
Avenida Brasil: Pavimentação da pista
exclusiva dos ônibus passa por reparos
Nas últimas semanas, algumas interdições em trechos da Avenida Brasil, na pista exclusiva dos ônibus do transporte coletivo, estão chamando a atenção. A pavimentação da avenida, que foi toda remodelada por meio do PDI (Programa de Desenvolvimento Integrado), com recursos emprestados do BID que mudou o centro da cidade em 2014, apresentou problemas em alguns trechos e estão recebendo reparos.
O secretário de Obras de Cascavel, Sandro Rancy, explicou ao O Paraná que à época em que a pista que tem uma extensão de 6,5 quilômetros, entre a Praça da Bíblia e o novo Terminal Leste – total de 13 km entre ida e volta- foi feita nos moldes apropriados para receber veículos de grande peso como os ônibus do transporte coletivo e, mesmo assim, em dois pontos com problemas identificados pela equipe de engenheiros.
O primeiro fica em um trecho de aproximadamente 30 metros na Avenida Brasil, entre as Ruas Riachuelo e Dom Pedro II, que sofreu infiltrações por estar em um nível mais baixo e, por isso, o pavimento teve que ser arrancado e a base consertada e o asfalto refeito. “Toda a extensão da avenida seguiu o mesmo padrão, mas ali identificamos um problema específico e fizemos o conserto. Futuramente se voltar a apresentar problemas já pensamos em um conserto maior, já que ali é um ponto que acumula água dos dois lados da avenida”, explicou.
Frenagem
O outro trecho que está apresentando problemas fica bem em frente à Catedral, metros antes da faixa de pedestre elevada. Ali o problema foi causado justamente pela a frenagem dos ônibus devido a faixa de pedestre. “Na época [da execução do novo pavimento] não existia a faixa e o asfalto acabou sofrendo o efeito da frenagem. Outro trecho que teremos que consertar”, disse Rancy.
O secretário lembrou ainda que em frente aos abrigos dos ônibus e nas estações a pavimentação foi toda feita em concreto, justamente para evitar esse tipo de problema. “O freio acaba ‘empurrando’ o asfalto e, com o tempo, ele acaba sofrendo e formando as ondulações, mas isso não significa que o trabalho foi mau feito, são problemas pontuais que estamos acompanhando e consertando”.
Já no trecho de aproximadamente 70 metros que fica bem em frente ao Terminal Oeste, a pavimentação teve que ser arrancada e refeita a base, justamente para seguir o mesmo molde de toda a avenida. “Ali acaba sendo um pequeno trecho que tem o impacto dos ônibus, mas que não entrou na época da obra da nova Brasil e, por isso, aplicamos o mesmo sistema para melhorar a via”, finalizou.