Cotidiano

Renan diz a Lindbergh que nem Dilma aguenta mais a demora do impeachment

BRASÍLIA – Ao anunciar em plenário a decisão de marcar o início da votação do impeachment para o dia 25 e concluir ainda em agosto, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi contestado pelo líder da Minoria, Lindbergh Faria (PT-RJ), que protestou contra o que chamou de “interferência indevida” do presidente interino Michel Temer para atropelar os prazos. Renan reafirmou que o calendário previamente aprovado permitiria a sessão no dia 25, Renan disse que nem a presidente afastada Dilma Rousseff aguenta mais a demora na definição sobre seu afastamento do cargo.

? Senador Lindbergh, há uma impaciência da sociedade com essa demora, inclusive a própria presidente Dilma. Ela me falou que não aguenta mais, que gostaria que esse processo se encerrasse logo ? disse Renan.

? Eu conversei com a presidente Dilma ontem. O que a presidente quer do Senado é um julgamento justo ? rebateu Lindbergh.

Antes ele disse que se Renan se curvasse à pressão de Temer para antecipar a data do julgamento, usaria de todas as armas regimentais para impedir a conclusão ainda em agosto, como quer o presidente interino.

? Esse não é o papel do presidente interino. Ele está envolvido no processo, é parte. É um desrespeito o que está fazendo com o Senado ? protestou Lindbergh.

Em defesa de Temer, o líder do governo, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) foi ao microfone negar que ele tenha interferido para a mudança da data do fim do impeachment.

? O presidente Temer é um homem apegado à lei e não faria qualquer gestão junto a nós para atropelar a lei ? disse Aloysio Nunes.